Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 22 de abril de 2022

“Argila animada pelo Espírito”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!

 

Novamente Jesus disse: "Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio".  E com isso, soprou sobre eles e disse: "Recebam o Espírito Santo. Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados". (Jo 20, 21-23)

Abaixo, uma reflexão muito relevante e concreta atualmente, que tem como pano de fundo o texto bíblico João 20,19-31 (Jesus aparece duas vezes aos discípulos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

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Por José Antonio Pagola

ARGILA ANIMADA PELO ESPÍRITO

João cuidou muito bem da cena em que Jesus vai confiar sua missão aos seus discípulos. Ele quer deixar claro o que é essencial. Jesus está no centro da comunidade, enchendo todos com sua paz e alegria. Mas os discípulos têm uma missão pela frente. Jesus não os convocou apenas para desfrutá-lo, mas para torná-lo presente no mundo.

Jesus os "envia". Ele não lhes diz especificamente a quem devem ir, o que devem fazer ou como devem agir: "Assim como o Pai me enviou, eu vos envio". Sua tarefa é a mesma de Jesus. Eles não têm outro: aquele que Jesus recebeu do Pai. Eles têm que ser no mundo o que ele foi.

Já viram de quem ele se aproximou, como tratou os mais necessitados, como realizou seu projeto de humanização da vida, como plantou gestos de libertação e perdão. As feridas nas mãos e no flanco lembram sua total dedicação. Jesus agora os envia para "reproduzir" sua presença entre o povo.

Mas ele sabe que seus discípulos são frágeis. Mais de uma vez ele foi surpreendido por sua "pequena fé". Eles precisam de seu próprio Espírito para cumprir sua missão. É por isso que ele está prestes a fazer um gesto muito especial com eles. Ele não impõe as mãos sobre eles nem os abençoa, como fez com os doentes e os pequeninos: "Ele exala sobre eles o seu fôlego e lhes diz: Recebei o Espírito Santo".

O gesto de Jesus tem uma força que nem sempre sabemos captar. De acordo com a tradição bíblica, Deus formou Adão de "barro"; então ele soprou sobre ele seu "sopro de vida"; e essa lama tornou-se um "vivo". Esse é o ser humano: um pouco de barro encorajado pelo Espírito de Deus. E essa será sempre a Igreja: barro encorajado pelo Espírito de Jesus.

Crentes frágeis com pouca fé: cristãos de barro, teólogos de barro, padres e bispos de barro, comunidades de barro... Só o Espírito de Jesus nos torna uma Igreja viva. As áreas onde seu Espírito não é acolhido permanecem "mortas". Eles prejudicam a todos nós, porque nos impedem de realizar sua presença viva entre nós. Muitos não conseguem captar em nós a paz, a alegria e a vida renovadas por Cristo. Não devemos batizar somente com água, mas infundir o Espírito de Jesus. Não devemos apenas falar de amor, mas amar pessoas como ele.

2 Páscoa – C

(João 20,19-31)

24 de abril de 2022

Jose Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

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