"Chegados que foram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, como também os ladrões, um à direita e outro à esquerda. E Jesus dizia: <Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem>." (Lc 23, 33-34)
Domingo de Ramos
Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 22, 14—23,56 (Paixão de Jesus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
08 Abril 2021
MORREU COMO VIVEU
Como Jesus viveu suas últimas horas? Qual foi sua atitude no momento da execução? Os evangelhos não param para analisar seus sentimentos. Eles simplesmente se lembram de que Jesus morreu como viveu. Lucas, por exemplo, quis destacar até o fim a bondade de Jesus, sua proximidade com quem sofre e sua capacidade de perdoar. Segundo o relato deles, Jesus morreu amando.
Faltam poucas horas. Da cruz só se ouvem os insultos de alguns e os gritos de dor dos executados. De repente, um deles dirige-se a Jesus: «Lembra-te de mim». Sua resposta é imediata: "Eu lhe asseguro: hoje você estará comigo no paraíso". Ele sempre fez a mesma coisa: remover medos, incutir confiança em Deus, espalhar esperança. Continua a fazê-lo até ao fim.
O momento da crucificação é inesquecível. Enquanto os soldados o pregam no madeiro, Jesus diz: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem». Assim é Jesus. É assim que ele sempre viveu: oferecendo aos pecadores o perdão do Pai, sem que eles o mereçam. Segundo Lucas, Jesus morre pedindo ao Pai que continue abençoando aqueles que o crucificam, que continue oferecendo seu amor, seu perdão e sua paz a todos, mesmo àqueles que o estão matando.
Não é de estranhar que Paulo de Tarso convide os cristãos de Corinto a descobrir o mistério que está contido no Crucificado: «Em Cristo Deus reconciliou consigo o mundo, não tendo em conta as transgressões dos homens». É assim que Deus está na cruz: não nos acusando de nossos pecados, mas nos oferecendo seu perdão.
Domingo de Ramos - C
(Lucas 22,14—23,56)
10 Abril 2022
José Antonio Pagola
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Fonte: Facebook
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