Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 9 de abril de 2022

“Morreu como viveu”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Domingo de Ramos.

 


"Chegados que foram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, como também os ladrões, um à direita e outro à esquerda. E Jesus dizia: <Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem>." (Lc 23, 33-34)

Domingo de Ramos

Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 22, 14—23,56 (Paixão de Jesus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg


Por José Antonio Pagola

08 Abril 2021

MORREU COMO VIVEU

Como Jesus viveu suas últimas horas? Qual foi sua atitude no momento da execução? Os evangelhos não param para analisar seus sentimentos. Eles simplesmente se lembram de que Jesus morreu como viveu. Lucas, por exemplo, quis destacar até o fim a bondade de Jesus, sua proximidade com quem sofre e sua capacidade de perdoar. Segundo o relato deles, Jesus morreu amando.

No meio da multidão que assiste a passagem dos condenados a caminho da cruz, algumas mulheres se aproximam de Jesus chorando. Eles não podem vê-lo sofrer assim. Jesus “volta-se para eles” e olha para eles com a mesma ternura com que sempre os olhou: “Não chorem por mim, chorem por vocês e por seus filhos”. É assim que Jesus caminha para a cruz: pensando mais naquelas pobres mães do que no seu próprio sofrimento.

Faltam poucas horas. Da cruz só se ouvem os insultos de alguns e os gritos de dor dos executados. De repente, um deles dirige-se a Jesus: «Lembra-te de mim». Sua resposta é imediata: "Eu lhe asseguro: hoje você estará comigo no paraíso". Ele sempre fez a mesma coisa: remover medos, incutir confiança em Deus, espalhar esperança. Continua a fazê-lo até ao fim.

O momento da crucificação é inesquecível. Enquanto os soldados o pregam no madeiro, Jesus diz: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem». Assim é Jesus. É assim que ele sempre viveu: oferecendo aos pecadores o perdão do Pai, sem que eles o mereçam. Segundo Lucas, Jesus morre pedindo ao Pai que continue abençoando aqueles que o crucificam, que continue oferecendo seu amor, seu perdão e sua paz a todos, mesmo àqueles que o estão matando.

Não é de estranhar que Paulo de Tarso convide os cristãos de Corinto a descobrir o mistério que está contido no Crucificado: «Em Cristo Deus reconciliou consigo o mundo, não tendo em conta as transgressões dos homens». É assim que Deus está na cruz: não nos acusando de nossos pecados, mas nos oferecendo seu perdão.

Domingo de Ramos - C

(Lucas 22,14—23,56)

10 Abril 2022

José Antonio Pagola

buenasnoticias@ppc-editorial.com 

Fonte: Facebook


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