“Quando andavam pelo caminho, um homem lhe disse: <Eu te seguirei por onde quer que fores>. Jesus respondeu: <As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça>. (Lc 9. 57-58)
Abaixo, uma bonita reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lucas 9, 51-62 (Ensinamentos de Jesus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
24 Junho 2022
UM CRISTIANISMO DE SEGUIMENTO
Em tempos de crise há uma grande tentação de buscar segurança, voltar a posições fáceis e bater novamente às portas de uma religião que nos "protege" de tantos problemas e conflitos.
Temos que rever nosso cristianismo para ver se na Igreja de hoje vivemos motivados pela paixão de seguir Jesus ou se buscamos "segurança religiosa".
Segundo o conhecido teólogo alemão Johann Baptist Metz, este é o desafio mais sério que os cristãos na Europa enfrentam: decidir entre uma "religião burguesa" ou um "cristianismo de seguimento".
Seguir Jesus não significa fugir para um passado morto, mas tentar viver o hoje com o espírito que o animou. Como alguém sabiamente disse, trata-se de viver hoje “com o ar de Jesus” e não “com o vento que mais sopra”.
Este seguimento não consiste em buscar novidades ou em promover grupos seletos, mas em fazer de Jesus o único eixo de nossas comunidades, colocando-nos decididamente a serviço do que ele chamou de reino de Deus.
Por isso, seguir Jesus quase sempre implica caminhar "contra a corrente", numa atitude de rebeldia contra costumes, modas ou correntes de opinião que não condizem com o espírito do Evangelho. E isso requer não apenas não nos deixarmos dominar por uma sociedade superficial e consumista, mas até mesmo contradizer nossos próprios amigos e parentes quando nos convidam a seguir caminhos contrários ao Evangelho.
Por esta razão, seguir Jesus requer estar pronto para o conflito e a cruz. Estejamos, portanto, dispostos a compartilhar sua sorte.
Aceitemos o risco de uma vida crucificada como a dele, sabendo que a ressurreição nos espera.
Será que hoje somos capazes de ouvir o chamado sempre vivo de Jesus para segui-lo?
13 Tempo Comum - C
(Lucas 9,51-62)
26 de junho
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Fonte: Facebook