Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 18 de junho de 2022

“A Eucaristia como ato social”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

Tomando os cinco pães e os dois peixes e, olhando para o céu, deu graças e os partiu. Em seguida, entregou-os aos discípulos para que os servissem ao povo. Todos comeram e ficaram satisfeitos, e os discípulos recolheram doze cestos cheios de pedaços que sobraram”. (Lc, 9, 16-17)

Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc, 9,11b-17 (Milagre dos pães). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

15 Junho 2022

A EUCARISTIA COMO ATO SOCIAL

Segundo os exegetas, a multiplicação dos pães é uma história que nos permite descobrir o significado que a Eucaristia teve para os primeiros cristãos como um gesto de irmãos que sabem distribuir e partilhar o que possuem.

De acordo com a história, há uma multidão de pessoas necessitadas e famintas ali. Pães  e peixes não são comprados, eles são recolhidos. E tudo se multiplica e se distribui sob a ação de Jesus, que abençoa o pão, o parte e o distribui entre os necessitados.

Muitas vezes esquecemos que, para os primeiros cristãos, a Eucaristia não era apenas uma liturgia, mas um ato social em que cada um colocava seus bens à disposição dos necessitados. Num conhecido texto do século II, em que São Justino descreve como os cristãos celebravam a Eucaristia semanal, diz-se que cada um dá o que tem para "ajudar os órfãos e as viúvas, os que sofrem de doença ou por outro motivo, aos presos, aos estrangeiros de passagem e, numa palavra, aos necessitados».

Durante os primeiros séculos era inconcebível ir celebrar a Eucaristia sem trazer algo para ajudar os necessitados. É assim que Cipriano, bispo de Cartago, repreende uma rica matrona: «Os teus olhos não vêem os necessitados e os pobres porque estão escurecidos e cobertos por uma noite espessa. Você é sortuda e rica. Você pode imaginar celebrar a Ceia do Senhor sem levar em conta a oferta. Você vem à ceia do Senhor sem oferecer nada. Você suprime a parte da oferta que pertence aos pobres”.

A oração que hoje se faz pelas diversas necessidades das pessoas não é um acréscimo falso e externo à celebração eucarística. A própria Eucaristia exige distribuição e partilha. Domingo após domingo, nós crentes que viemos partilhar o pão eucarístico devemos sentir-nos chamados a partilhar verdadeiramente os nossos bens com os necessitados.

Seria uma pretensa contradição partilhar a mesa do Senhor como irmãos, fechando os nossos corações a quem vive neste momento a angústia de um futuro incerto. Jesus não pode abençoar nossa mesa se cada um de nós guardar seu próprio pão e peixe.

Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo – C

(Lucas 9,11b-17)

19 de junho

Jose Antonio Pagola

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Fonte: Facebook 


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