“Mas o pai disse aos seus servos: 'Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e alegrar-nos. Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado'. E começaram a festejar o seu regresso.” (Lc 15, 22-24)
Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lucas 15,1-32 (Ternura e misericórdia de Deus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
8 Setembro 2022
MELHOR METÁFORA DE DEUS
A parábola de Jesus mais conhecida, e talvez a mais repetida, é a chamada "parábola do bom pai". O que aqueles que ouviram pela primeira vez sentiram esta inesquecível parábola sobre a bondade de um pai preocupado apenas com a felicidade de seus filhos?
Sem dúvida, desde o início, eles ficaram perplexos. Que tipo de pai era esse que não impunha sua autoridade? Como ele poderia consentir com a despudor de um filho que lhe pediu para distribuir a herança antes de morrer? Como ele poderia dividir sua propriedade, colocando em risco o futuro da família?
Jesus os desconcertou ainda mais quando começou a falar das boas-vindas do pai ao filho que voltava para casa faminto e humilhado. Ainda longe, o pai correu ao seu encontro, abraçou-o com ternura, beijou-o efusivamente, interrompeu a sua confissão e apressou-se a recebê-lo como filho amado na sua casa. Os ouvintes não podiam acreditar. Aquele pai havia perdido a dignidade. Ele não agia como patrono e patriarca de uma família. Seus maneirismos eram os de uma mãe tentando proteger e defender seu filho da vergonha e da desonra.
Mais tarde, ele também saiu ao encontro do filho mais velho. Ele ouviu pacientemente seus argumentos, falou com ele com especial ternura e o convidou para a festa. Ele só queria ver seus filhos sentados na mesma mesa, compartilhando um banquete festivo.
O que Jesus estava sugerindo? É possível que Deus seja assim? Como um pai que não guarda sua herança para si, que não é obcecado pela moralidade de seus filhos e que, quebrando as regras do que é correto, busca uma vida feliz para eles? Será esta a melhor metáfora de Deus: um pai acolhendo de braços abertos aqueles que estão "perdidos" e suplicando a quem lhe é fiel que acolha a todos com amor?
Os teólogos elaboraram discursos profundos sobre Deus durante vinte séculos, mas não é esta metáfora de Jesus ainda hoje a melhor expressão do seu mistério?
24 Tempo Comum - C
(Lucas 15,1-32)
11 de setembro
Jose Antonio Pagola
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Fonte: Facebook
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