Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 10 de setembro de 2022

“A melhor metáfora de Deus” – Reflexão de José Antonio Pagola.


Mas o pai disse aos seus servos: 'Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e alegrar-nos. Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado'. E começaram a festejar o seu regresso.” (Lc 15, 22-24)

 

Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lucas 15,1-32 (Ternura e misericórdia de Deus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg


 

Por José Antonio Pagola

8 Setembro 2022

MELHOR METÁFORA DE DEUS

A parábola de Jesus mais conhecida, e talvez a mais repetida, é a chamada "parábola do bom pai". O que aqueles que ouviram pela primeira vez sentiram esta inesquecível parábola sobre a bondade de um pai preocupado apenas com a felicidade de seus filhos?

Sem dúvida, desde o início, eles ficaram perplexos. Que tipo de pai era esse que não impunha sua autoridade? Como ele poderia consentir com a despudor de um filho que lhe pediu para distribuir a herança antes de morrer? Como ele poderia dividir sua propriedade, colocando em risco o futuro da família?

Jesus os desconcertou ainda mais quando começou a falar das boas-vindas do pai ao filho que voltava para casa faminto e humilhado. Ainda longe, o pai correu ao seu encontro, abraçou-o com ternura, beijou-o efusivamente, interrompeu a sua confissão e apressou-se a recebê-lo como filho amado na sua casa. Os ouvintes não podiam acreditar. Aquele pai havia perdido a dignidade. Ele não agia como patrono e patriarca de uma família. Seus maneirismos eram os de uma mãe tentando proteger e defender seu filho da vergonha e da desonra.

Mais tarde, ele também saiu ao encontro do filho mais velho. Ele ouviu pacientemente seus argumentos, falou com ele com especial ternura e o convidou para a festa. Ele só queria ver seus filhos sentados na mesma mesa, compartilhando um banquete festivo.

O que Jesus estava sugerindo? É possível que Deus seja assim? Como um pai que não guarda sua herança para si, que não é obcecado pela moralidade de seus filhos e que, quebrando as regras do que é correto, busca uma vida feliz para eles? Será esta a melhor metáfora de Deus: um pai acolhendo de braços abertos aqueles que estão "perdidos" e suplicando a quem lhe é fiel que acolha a todos com amor?

Os teólogos elaboraram discursos profundos sobre Deus durante vinte séculos, mas não é esta metáfora de Jesus ainda hoje a melhor expressão do seu mistério?

24 Tempo Comum - C

(Lucas 15,1-32)

11 de setembro

Jose Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

  

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