"Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará outro, ou se dedicará a um e desprezará outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro". (Lc 16,13)
Abaixo, uma ótima reflexão para todos nós, que vivemos num mundo cada vez mais marcado por consumismo e injustiças. Tem como pano de fundo o texto bíblico Lucas 16,1-13 (Parábola do administrador infiel). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook. Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
15 Setembro 2022
COMPROMISSO IMPOSSÍVEL
A mensagem de Jesus obriga a repensar totalmente a vida. Quem ouve o Evangelho sente-se convidado a compreender, de modo radicalmente novo, o sentido último de tudo e a orientação decisiva da sua conduta.
É difícil ficar indiferente à palavra de Jesus, pelo menos se continuamos acreditando na possibilidade de sermos cada dia mais humanos. É difícil não sentir preocupação e até certo desconforto ao ouvir palavras como aquelas que o texto evangélico nos recorda hoje: «Não se pode servir a Deus e ao dinheiro».
É impossível ser fiel a um Deus que é o Pai de todos e viver ao mesmo tempo escravo do dinheiro e do próprio interesse. Há apenas uma maneira de viver como um "filho" de Deus, que é viver como um "irmão" para os outros. Aquele que vive sozinho a serviço de seu dinheiro e interesses não pode cuidar de seus irmãos e, portanto, não pode ser um filho fiel de Deus.
Quem leva Jesus a sério sabe que não pode organizar sua vida a partir do projeto egoísta de possuir sempre mais e mais. Quem vive dominado pelo interesse econômico, ainda que viva uma vida piedosa e reta, carece de algo essencial para ser cristão: romper a servidão do “possuir” que tira a liberdade de melhor escutar e responder às necessidades dos pobres.
Ele não tem outra alternativa. E não pode enganar a si mesmo, acreditando-se "pobre de espírito" no fundo do seu coração, porque aquele que tem uma alma pobre não continua a gozar tranquilamente dos seus bens enquanto ao seu lado estão os necessitados mais elementares.
Tampouco podemos nos enganar pensando que "os ricos" são sempre os outros. A crise económica, que deixa tantos homens e mulheres desempregados, obriga-nos a rever os nossos orçamentos, a ver se não temos de os reduzir para ajudar aqueles que perderam o emprego. Seria um bom teste descobrir se servimos a Deus ou ao nosso dinheiro.
25 Tempo Comum - C
(Lucas 16,1-13)
18 de setembro
Jose Antonio Pagola
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Fonte: Facebook
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