Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 22 de outubro de 2022

“Desconcertante”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.”
(Lc 18, 13-14)

Abaixo, uma boa reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lucas 18,9-14 (O fariseu e o publicano). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

20 Outubro 2022

Desconcertante

Foi uma das parábolas mais intrigantes de Jesus. Um fariseu piedoso e um cobrador de impostos sobem ao templo para orar. Como Deus reagirá a duas pessoas cujas vidas morais e religiosas são tão diferentes e opostas?

O fariseu reza em pé, seguro e sem medo. Sua consciência não o acusa de nada. Ele não é hipócrita. O que ele diz é verdade. Ele cumpre fielmente a Lei, e até a superou. Ele não leva crédito para si mesmo, mas agradece a Deus por tudo: "Ó Deus, eu te agradeço". Se este homem não é um santo, quem ele vai ser? Certamente você pode contar com a bênção de Deus.

O cobrador de impostos, por outro lado, retirou-se para um canto. Ele não se sente confortável naquele lugar sagrado. Não é o seu lugar. Ele nem ousaria levantar os olhos do chão. Ele bate no peito e reconhece seu pecado. Não promete nada. Você não pode deixar seu emprego ou devolver o que roubou. Você não pode mudar sua vida. Só lhe resta entregar-se à misericórdia de Deus: «Ó Deus, tem piedade de mim, pecador». Ninguém gostaria de estar no lugar dele. Deus não pode aprovar sua conduta.

De repente, Jesus conclui sua parábola com uma contínua desconcertante: "Digo-vos que este publicano voltou para casa justificado, e aquele fariseu não." Os ouvintes quebram todos os seus esquemas. Como você pode dizer que Deus não reconhece o piedoso e, ao contrário, concede sua graça ao pecador? Jesus não está brincando com fogo? É verdade que, no fundo, o decisivo não é a vida religiosa, mas a insondável misericórdia de Deus?

Se o que Jesus diz é verdade, diante de Deus não há segurança para ninguém, por mais santos que pensem que são. Todos nós temos que recorrer à sua misericórdia. Quando você se sente bem consigo mesmo, você apela para sua própria vida e não sente necessidade de mais. Quando alguém é acusado por sua consciência e incapaz de mudar, ele sente apenas a necessidade de se valer da compaixão de Deus, e somente compaixão.

Há algo fascinante em Jesus. Sua fé na misericórdia de Deus é tão desconcertante que não é fácil acreditar nele. Provavelmente, aqueles que melhor podem entendê-lo são aqueles que não têm forças para deixar sua vida imoral. 

30 Tempo Comum - C

(Lucas 18,9-14)

23 de outubro

Jose Antonio Pagola 

buenasnoticias@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook 

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