Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 1 de outubro de 2022

“Orar na dúvida”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

"Os apóstolos disseram ao Senhor: "Aumenta a nossa fé!" (Lc 17, 5)

Abaixo, uma excelente reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lucas 17,5-10 (Parábola de fé e grão de mostarda). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

José Antonio Pagola

28 Setembro 2022

ORAR NA DÚVIDA

Dúvidas podem surgir no crente sobre um ponto ou outro da mensagem cristã. A pessoa se pergunta como deve entender um certo aspecto bíblico significativo ou um aspecto concreto do dogma cristão. São questões que requerem maiores esclarecimentos.

Mas há pessoas que vivenciam uma dúvida mais radical, que afeta o todo. Por um lado sentem que não podem ou não devem abandonar sua religião, mas por outro não são capazes de pronunciar com sinceridade aquele “sim” total que a fé implica.

Aquele que se encontra assim costuma experimentar, em geral, um desconforto interior que o impede de abordar sua situação com paz e serenidade. Você também pode se sentir culpado. O que poderia ter acontecido comigo para chegar a isso? O que posso fazer agora? Talvez a primeira coisa seja abordar positivamente essa situação diante de Deus.

A dúvida nos faz experimentar que não somos capazes de "possuir" a verdade. Nenhum ser humano "possui" a verdade suprema de Deus. Aqui as certezas com as quais lidamos em outras ordens de vida não funcionam. Diante do mistério último da existência temos que caminhar com humildade e sinceridade.

A dúvida, por outro lado, testa minha liberdade. Ninguém pode responder por mim. Sou aquele que me vê confrontado com a minha própria liberdade e aquele que tem de pronunciar um "sim" ou um "não".

Por isso, a dúvida pode ser uma boa oportunidade para despertar de uma fé infantil e superar o cristianismo convencional. A primeira coisa não é encontrar respostas para minhas perguntas específicas, mas me perguntar que direção quero dar à minha vida. Eu realmente quero encontrar a verdade? Estou disposto a me permitir ser desafiado pela verdade do Evangelho? Prefiro viver sem buscar nenhuma verdade?

A fé brota do coração sincero que para para ouvir a Deus. Como diz o teólogo catalão E. Vilanova, «a fé não está nas nossas afirmações nem nas dúvidas. Está além: no coração... que ninguém além de Deus conhece.

O importante é ver se nosso coração busca a Deus ou o evita. Apesar de todos os tipos de dúvidas e incertezas, se realmente buscamos a Deus, podemos sempre dizer do fundo do coração aquela oração dos discípulos: "Senhor, aumenta a nossa fé". Aquele que ora assim já é uma pessoa de fé.

27 Tempo Comum - C

(Lucas 17,5-10)

2 de outubro

Jose Antonio Pagola

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Fonte:Facebook

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