Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 5 de novembro de 2022

“É ridículo esperar em Deus?” – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; porque para ele vivem todos.”   (Lc 20, 38)

Abaixo, uma reflexão muito relevante e concreta atualmente, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lucas 20,27-38 (A vida depois da  morte). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg


Por José Antonio Pagola

01 Novembro 2022

É RIDÍCULO ESPERAR EM DEUS?

Os saduceus não eram populares entre as pessoas da aldeia. Era um setor formado por famílias ricas pertencentes à elite de Jerusalém, com tendência conservadora, tanto no modo de viver sua religião quanto na política de buscar um entendimento com o poder de Roma. Não sabemos muito mais.

O que podemos dizer é que eles “negaram a ressurreição”. Esse setor será aprimorado por uma "novidade" típica de pessoas ingênuas. Eles não estavam preocupados com a vida além da morte. Eles estavam indo bem nesta vida. Por que se preocupar mais?

Um dia eles se aproximam de Jesus para ridicularizar a fé na ressurreição. Apresentam-lhe um caso absolutamente irreal, fruto da sua fantasia. Contam-lhe sobre sete irmãos que se casaram sucessivamente com a mesma mulher, para assegurar a continuidade de nome, honra e herança ao ramo masculino daquelas poderosas famílias saduceus em Jerusalém. É a única coisa que eles entendem.

Jesus critica sua visão da ressurreição: é ridículo pensar que a vida definitiva com Deus consistirá em reproduzir e prolongar a situação desta vida, e especificamente daquelas estruturas patriarcais das quais os ricos se beneficiam.

A fé de Jesus na vida após a morte não consiste em algo tão ridículo: "O Deus de Abraão, Isaque e Jacó não é um Deus de mortos, mas de vivos". Jesus não pode sequer imaginar que os filhos de Deus estão morrendo; Deus não vive para a eternidade cercado pelos mortos. Tampouco pode imaginar que a vida com Deus consiste em perpetuar as desigualdades, injustiças e abusos deste mundo.

Quando você vive de maneira frívola e satisfeita, desfrutando do seu próprio bem-estar e esquecendo aqueles que são afetados por ele, é fácil pensar apenas nesta vida. Pode até parecer ridículo alimentar outra esperança.

Quando se compartilha um pouco o sofrimento da maioria pobre, as coisas mudam: o que dizer de quem morre sem ter conhecido pão, saúde ou amor? O que dizer de tantas vidas desperdiçadas ou injustamente sacrificadas? É ridículo nutrir esperança em Deus?

32 Tempo Comum - C

(Lucas 20,27-38)

06 de novembro

Jose Antonio Pagola

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Fonte:Facebook

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