Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 29 de abril de 2023

“Ouvindo a voz de Jesus”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

"O porteiro abre-lhe a porta, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as suas ovelhas pelo nome e as leva para fora. Depois de conduzir para fora todas as suas ovelhas, vai adiante delas, e estas o seguem, porque conhecem a sua voz". (Jo, 10, 3-4)

 

Hoje temos à disposição uma reflexão muito oportuna e importante para os dias de hoje. Como pano de fundo tem o texto bíblico João 10,1-10 (Jesus é a única porta que nos salva). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

José Antonio Pagola

27 Abril 2023

OUVINDO A VOZ DE JESUS

Em alguns setores da Igreja, enfatiza-se mais do que nunca a necessidade de um forte "magistério eclesiástico" para guiar os fiéis em meio à crise atual. Esses apelos não conseguem, no entanto, impedir sua crescente "desvalorização" entre amplas parcelas de cristãos.

De fato, não são poucas as intervenções dos bispos que provocam reações diversas. Alguns os elogiam com fervor, outros os criticam duramente e a maioria os esquece depois de alguns dias. Entretanto, no Evangelho recordam-nos algumas palavras de Jesus que nos desafiam a todos: «As ovelhas seguem o pastor porque conhecem a sua voz».

O primeiro e decisivo também hoje é que, na Igreja, nós crentes escutemos a "voz" de Jesus Cristo em toda a sua originalidade e pureza, não o peso das tradições ou a novidade das modas, não as "preocupações" dos eclesiásticos nem os "gostos" dos teólogos, nem nossos interesses, medos ou acomodações.

Isso requer sobretudo não confundir a voz de Jesus Cristo com qualquer palavra que é pronunciada na Igreja. Não devemos tomar como certo que em todas as intervenções dos bispos, em todas as pregações dos sacerdotes, em todos os escritos dos teólogos ou em todas as exposições dos catequistas, a voz de Jesus está sendo ouvida fielmente.

Há sempre um risco. Esse risco consiste em possiblidade de encher a Igreja de escritos e cartas pastorais, de documentos e livros de teologia, de catecismo e pregação, substituindo assim, pelo nosso "ruído", a voz inconfundível de Jesus, nosso único mestre.

O Bispo Santo Agostinho recordava-lhe repetidas vezes: «Temos apenas um mestre. E, sob ele, somos todos colegas. Não nos tornamos mestres falando do púlpito. O verdadeiro Mestre fala de dentro.

Devemos nos perguntar se a palavra que se ouve na Igreja vem da Galiléia e nasce do Espírito do Ressuscitado. Isto é o que é decisivo, pois o magistério, a pregação ou a teologia devem ser um convite para cada um dos crentes a escutar fielmente a voz de Cristo. Somente quando alguém "aprende" algo sobre Jesus é que se torna seu seguidor.

4 Páscoa – A

(João 10,1-10)

30 de abril

José Antonio Pagola

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Fonte: Facebook 

 

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