Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 27 de maio de 2023

“Novo começo”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

"Ao cair da tarde daquele primeiro dia da semana, estando os discípulos reunidos a portas trancadas, por medo dos judeus, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: < A paz esteja com vocês! > " (Jo 20, 19)

Hoje podemos desfrutar de uma excelente reflexão, muito relevante para os nossos tempos. Ela é de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola e foi publicada pelo autor na sua página no Facebook.

O texto bíblico Jo 20,19-23 (Jesus aparece aos discípulos) é lido neste domingo.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

24 Maio 2023

NOVO COMEÇO

Aterrorizados com a execução de Jesus, os discípulos refugiam-se numa casa familiar. Eles estão reunidos novamente, mas Jesus não está mais com eles. Há um vazio na comunidade que ninguém pode preencher. Eles sentem falta de Jesus. Eles não podem ouvir suas palavras cheias de fogo. Eles não podem vê-lo abençoando ternamente os infelizes. Quem eles vão seguir agora?

Está escurecendo em Jerusalém e também em seu coração. Ninguém pode consolá-los de sua tristeza. Aos poucos, o medo está tomando conta de todos, mas eles não têm Jesus para fortalecer seus espíritos. A única coisa que lhes dá alguma segurança é "trancar as portas". Ninguém pensa mais em sair pelas estradas para anunciar o reino de Deus e curar a vida. Sem Jesus, como vão divulgar a sua Boa Nova?

O evangelista João descreve de forma imbatível a transformação que ocorre nos discípulos quando Jesus, cheio de vida, se faz presente no meio deles. O Ressuscitado está novamente no centro da sua comunidade. Então deve ser para sempre. Com ele tudo é possível: libertar-nos do medo, abrir as portas e começar a evangelizar.

Segundo a história, a primeira coisa que Jesus infunde em sua comunidade é a sua paz. Nenhuma reprovação por tê-lo abandonado, nenhuma reclamação ou censura. Só paz e alegria. Os discípulos sentem seu sopro criativo. Tudo recomeça. Impulsionados pelo seu Espírito, continuarão a colaborar ao longo dos séculos no mesmo projeto salvífico que o Pai confiou a Jesus.

O que a Igreja precisa hoje não é apenas de reformas religiosas e apelos à comunhão. Precisamos experimentar em nossas comunidades um "novo começo" a partir da presença viva de Jesus em nosso meio. Só ele deve ocupar o centro da Igreja. Só ele pode promover a comunhão. Só ele pode renovar nossos corações.

Nossos esforços e obras não são suficientes. É Jesus quem pode desencadear a mudança de horizonte, a libertação do medo e das dúvidas, o novo clima de paz e serenidade de que tanto precisamos para abrir as portas e poder anunciar o Evangelho aos homens e mulheres do nosso tempo.

Mas devemos aprender a acolher com fé a sua presença no meio de nós. Quando Jesus aparece novamente depois de oito dias, o narrador nos diz que as portas ainda estão fechadas. Não é só Tomé que deve aprender a crer com confiança no Ressuscitado. Os outros discípulos também devem superar gradualmente as dúvidas e os medos que ainda os fazem viver com as portas fechadas para a evangelização.

Pentecostes – A

(João 20,19-23)

28 de maio

José Antonio Pagola

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Fonte: Facebook

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