Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

“Dai-lhes vós mesmos de comer”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

“Respondeu Jesus: Eles não precisam ir. Deêm-lhes vocês algo para comer". (Mt 14,16)

 

Hoje temos uma excelente reflexão sobre o texto bíblico

Mateus 14,13-21 (Primeira multiplicação de pães). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

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 Por José Antonio Pagola

02 Agosto 2023 

DÁ-LHES VÓS MESMOS DE COMER

O evangelista Mateus não se importa com os detalhes da história. Ele só está interessado em enquadrar a cena apresentando Jesus no meio do "povo" em atitude de "compaixão". Ele faz isso em outras ocasiões também. Essa compaixão está na origem de toda a atuação de Jesus.

Jesus não vive de costas para o povo, fechado nas suas ocupações religiosas e indiferente à dor daquele povo. "Ele vê a multidão, tem pena dela e cura os enfermos." Sua experiência de Deus o faz viver aliviando o sofrimento e saciando a fome daquela pobre gente. Assim deve viver a Igreja que quer tornar Jesus presente no mundo de hoje.

O tempo passa e Jesus continua ocupado curando. Os discípulos o interrompem com uma proposta: «É muito tarde; O melhor é “despedir” essas pessoas e que cada um “compre” alguma coisa para comer». Eles não aprenderam nada de Jesus. Eles ignoram os famintos e os abandonam à própria sorte: deixe-os "comprar comida". O que farão aqueles que não podem comprar?

Jesus responde-lhes com uma ordem contundente, que nós, cristãos dos países ricos, nem queremos ouvir: «Dá-lhes de comer». Ao contrário de "comprar", Jesus propõe "dar de comer". Não se pode dizer isso mais claramente.

Você vive gritando ao Pai: «Dá-nos hoje o pão nosso de cada dia». Deus quer que todos os seus filhos e filhas tenham pão, mesmo aqueles que não podem comprá-lo.

Os discípulos permanecem céticos. Entre o povo havia apenas cinco pães e dois peixes. Para Jesus basta: se repartirmos o pouco que temos, a fome de todos pode ser saciada; até doze cestos de pão podem ser "sobrados". Esta é a alternativa para a humanidae: uma sociedade mais humana, capaz de repartir o seu pão com os famintos, terá recursos suficientes para todos.

Em um mundo onde milhões de pessoas passam fome, os cristãos só podem viver na vergonha. A Europa não tem alma cristã e "desconsidera" como criminosos aqueles que vêm em busca de pão. E entretanto, quem na Igreja são aqueles que caminham na direção indicada por Jesus? Infelizmente, a maioria de nós vive surdo ao seu chamado, distraído por nossos interesses, discussões, doutrinas e celebrações. Por que nos chamamos seguidores de Jesus?

18 Tempo Comum – A

(Mateus 14,13-21)

6 de agosto

José Antonio Pagola

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Fonte: Facebook

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