Hoje temos uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Mc 1, 21b-28 (Um ensinamento novo com autoridade). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
24 Janeiro 2023
Ensinar como ensinava Jesus
A maneira de ensinar de Jesus dava às pessoas a impressão de que estavam diante de algo desconhecido e admirável. O evangelho mais antigo aponta isso e os pesquisadores pensam que foi realmente esse o caso. Jesus não ensina como os “aprendizes” da Lei. Fá-lo com “autoridade”: a sua palavra liberta as pessoas dos “espíritos maus”.
Não confunda “autoridade” com “poder”. O evangelista Marcos é preciso na sua linguagem. A palavra de Jesus não vem do poder. Jesus não tenta impor sua própria vontade aos outros. Não ensina a controlar o comportamento das pessoas. Não usa coerção.
Sua palavra não é como a dos estudiosos da religião judaica. Não está investido de poder institucional. A sua “autoridade” nasce do poder do Espírito. Vem do amor pelas pessoas. Busca aliviar o sofrimento, curar feridas, promover uma vida mais saudável. Jesus não gera submissão, infantilidade ou passividade. Liberta as pessoas do medo, inspira confiança em Deus e encoraja as pessoas a procurarem um novo mundo.
Todos sabemos que estamos a viver uma grave crise de autoridade. A confiança na palavra institucional é mínima. Dentro da Igreja fala-se de uma forte “desvalorização da profissão docente”. Homilias são chatas. As palavras estão desgastadas.
Não é hora de voltar para Jesus e aprender a ensinar como ele fez? A palavra da Igreja deve nascer do verdadeiro amor pelas pessoas. Deve ser dita depois de ouvir atentamente o sofrimento que existe no mundo, não antes. Deve ser próxima, acolhedora, capaz de acompanhar a vida sofrida do ser humano.
Precisamos de uma palavra mais livre da sedução do poder e mais cheia da força do Espírito. Um ensinamento que nasce do respeito e da estima pelas pessoas, que gera esperança e cura feridas.
Seria grave se, no seio da Igreja, se ouvisse uma “doutrina das letras” e não a palavra curativa de Jesus, de que as pessoas hoje tanto necessitam para viver com esperança.
4 Tempo Comum – B
(Marcos 1,21b-28)
28 de janeiro
José Antonio Pagola
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Fonte: Facebook