Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 27 de janeiro de 2024

“Ensinar como ensinava Jesus”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!

"Todos ficavam maravilhados com o seu ensino, porque lhes ensinava como alguém que tem autoridade e não como os mestres da lei.” (Mc 1, 22)

Hoje temos uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Mc 1, 21b-28 (Um ensinamento novo com autoridade). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

 

Por José Antonio Pagola

24 Janeiro 2023

Ensinar como ensinava Jesus

A maneira de ensinar de Jesus dava às pessoas a impressão de que estavam diante de algo desconhecido e admirável. O evangelho mais antigo aponta isso e os pesquisadores pensam que foi realmente esse o caso. Jesus não ensina como os “aprendizes” da Lei. Fá-lo com “autoridade”: a sua palavra liberta as pessoas dos “espíritos maus”.

Não confunda “autoridade” com “poder”. O evangelista Marcos é preciso na sua linguagem. A palavra de Jesus não vem do poder. Jesus não tenta impor sua própria vontade aos outros. Não ensina a controlar o comportamento das pessoas. Não usa coerção.

Sua palavra não é como a dos estudiosos da religião judaica. Não está investido de poder institucional. A sua “autoridade” nasce do poder do Espírito. Vem do amor pelas pessoas. Busca aliviar o sofrimento, curar feridas, promover uma vida mais saudável. Jesus não gera submissão, infantilidade ou passividade. Liberta as pessoas do medo, inspira confiança em Deus e encoraja as pessoas a procurarem um novo mundo.

Todos sabemos que estamos a viver uma grave crise de autoridade. A confiança na palavra institucional é mínima. Dentro da Igreja fala-se de uma forte “desvalorização da profissão docente”. Homilias são chatas. As palavras estão desgastadas.

Não é hora de voltar para Jesus e aprender a ensinar como ele fez? A palavra da Igreja deve nascer do verdadeiro amor pelas pessoas. Deve ser dita depois de ouvir atentamente o sofrimento que existe no mundo, não antes. Deve ser próxima, acolhedora, capaz de acompanhar a vida sofrida do ser humano.

Precisamos de uma palavra mais livre da sedução do poder e mais cheia da força do Espírito. Um ensinamento que nasce do respeito e da estima pelas pessoas, que gera esperança e cura feridas.

Seria grave se, no seio da Igreja, se ouvisse uma “doutrina das letras” e não a palavra curativa de Jesus, de que as pessoas hoje tanto necessitam para viver com esperança.

4 Tempo Comum – B

(Marcos 1,21b-28)

28 de janeiro

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

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