Hoje temos uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Mc 1,29-39 (Jesus se compadece da miséria humana). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
31 Janeiro 2024
Paixão pela vida
Onde Jesus está, a vida cresce. É isso que descobre com alegria quem percorre as queridas páginas do evangelista Marcos e encontra aquele Jesus que cura os enfermos, acolhe os desamparados, cura os loucos e perdoa os pecadores.
Onde está Jesus há amor à vida, interesse por quem sofre, paixão pela libertação de todo mal. Nunca devemos esquecer que a primeira imagem que as histórias evangélicas nos oferecem é a de um Jesus que cura. Um homem que espalha vida e restaura o que está doente.
É por isso que sempre encontramos a miséria da humanidade ao nosso redor: possuídos, doentes, paralíticos, leprosos, cegos, surdos. Homens que não têm vida; “aqueles que estão no escuro”, como diria Bertolt Brecht.
As curas de Jesus não resolveram praticamente nada na dolorosa história dos homens. A sua presença salvadora não resolveu os problemas. Devemos continuar lutando contra o mal. Mas descobriram algo decisivo e esperançoso. Deus é amigo da vida e ama apaixonadamente a felicidade, a saúde, a alegria e a realização de seus filhos e filhas.
É perturbador ver quão facilmente nos habituamos à morte: a morte da natureza, a destruição pela poluição industrial, a morte nas estradas, a morte pela violência, a morte daqueles que não nasceram, a morte das almas.
É insuportável observar com que indiferença ouvimos números aterrorizantes que nos falam da morte de milhões de famintos no mundo, e com que passividade contemplamos a violência silenciosa, mas eficaz e constante, de estruturas injustas que mergulham os mais fracos em marginalização.
A dor e o sofrimento dos outros pouco nos preocupam. Cada um parece estar interessado apenas nos seus problemas, no seu bem-estar ou na sua segurança pessoal. A apatia está tomando conta de muitos. Corremos o risco de nos tornarmos cada vez mais incapazes de amar a vida e de vibrar com aqueles que não conseguem viver felizes.
5 Tempo Comum – B
(Marcos 1:29-39)
4 de fevereiro
José Antonio Pagola
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Fonte: Facebook
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