Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 17 de fevereiro de 2024

“Ouvir o chamado à conversão”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

Dizia ele: <O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho!>.  (Mc 1,15)

Hoje temos à disposição uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Marcos 1,12-15 (O chamado à conversão). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg


 Por José Antonio Pagola

15 Fevereiro 2024

Ouvir o chamado à conversão

"Converta-se, pois o reino de Deus está próximo." O que estas palavras podem dizer a um homem ou mulher dos nossos dias? Ninguém se sente atraído por ouvir um chamado à conversão. Imediatamente pensamos em algo caro e desagradável: um rompimento que nos levaria a uma vida pouco atraente e desejável, cheia apenas de sacrifícios e renúncias. É realmente assim?

Para começar, o verbo grego traduzido como “converter” na verdade significa “pensar”, “rever o foco da nossa vida”, “reajustar a perspectiva”. As palavras de Jesus poderiam ser ouvidas assim: “Veja se não é preciso rever e reajustar algo na sua maneira de pensar e agir para que o projeto de Deus de uma vida mais humana se cumpra em você”.

Se for assim, a primeira coisa a rever é o que bloqueia a nossa vida. Converter-se é “libertar a vida”, eliminando medos, egoísmos, tensões e escravidões que nos impedem de crescer de forma saudável e harmoniosa. A conversão que não produz paz e alegria não é autêntica. Não está nos aproximando do reino de Deus.

Temos então que verificar se estamos cuidando bem das raízes. De nada adiantam grandes decisões se não alimentarmos as fontes. Não nos é pedido uma fé sublime ou uma vida perfeita; só é pedido que vivamos confiando no amor que Deus tem por nós. Converter-se não é insistir em ser santos, mas aprender a viver acolhendo o reino de Deus e a sua justiça. Só então poderá começar uma verdadeira transformação em nós.

A vida nunca é plenitude ou sucesso total. Temos que aceitar o que está “inacabado”, o que nos humilha, o que não podemos corrigir. O importante é manter o desejo, não ceder ao desânimo. Converter-se não é viver sem pecado, mas aprender a viver com perdão, sem orgulho nem tristeza, sem alimentar a insatisfação com o que deveríamos ser e não somos. Assim diz o Senhor no livro de Isaías: “Pela conversão e pela calma sereis libertados” (30,15).

1 Quaresma – B

(Marcos 1,12-15)

18 de fevereiro

José Antonio Pagola

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Fonte: Facebook

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