Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 20 de abril de 2024

“Vá conosco”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

"Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.” (Jo 10,11)

Hoje temos uma excelente reflexão sobre o texto bíblico Jo 10,11-18  (Jesus Bom Pastor). 

O texto é de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

18 Abril 2024

VÁ CONOSCO

O símbolo de Jesus como bom pastor produz hoje certo aborrecimento entre alguns cristãos. Não queremos ser tratados como ovelhas num rebanho. Não precisamos de ninguém para governar e controlar nossas vidas. Queremos ser respeitados. Não precisamos de nenhum pastor.

Os primeiros cristãos não se sentiam assim. A figura de Jesus, bom pastor, logo se tornou a imagem mais querida de Jesus. Já nas catacumbas de Roma ele é representado carregando nos ombros a ovelha perdida. Ninguém pensa em Jesus como um pastor autoritário, dedicado a monitorar e controlar os seus seguidores, mas como um bom pastor que cuida das suas ovelhas.

O “bom pastor” cuida das suas ovelhas. É sua primeira característica. Nunca os abandona. Não se esqueça deles. Vive atento a eles. Ele está sempre atento aos mais fracos ou doentes. Ele não é como o pastor mercenário que, ao ver o perigo, foge para salvar a vida, abandonando o rebanho: não se preocupa com as ovelhas.

Jesus deixou uma memória indelével. As histórias evangélicas descrevem-no como preocupado com os doentes, os marginalizados, os pequenos, os mais indefesos e esquecidos, os mais perdidos. Ele não parece se importar consigo mesmo. Ele sempre é visto pensando nos outros. Ele se preocupa acima de tudo com os mais desamparados.

Mas há algo mais. “O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas”. É a segunda característica. O Evangelho de João repete esta linguagem até cinco vezes. O amor de Jesus pelas pessoas não tem limites. Ele ama os outros mais do que a si mesmo. Ele ama a todos com o amor de um bom pastor, que não foge do perigo, mas dá a vida para salvar o rebanho.

Por isso, a imagem de Jesus, “bom pastor”, tornou-se logo uma mensagem de conforto e de confiança para os seus seguidores:“todos os dias da minha vida".

Os cristãos muitas vezes vivem um relacionamento muito pobre com Jesus. Precisamos conhecer uma experiência mais viva e cativante. Não acreditamos que ele se importa conosco. Esquecemos que podemos recorrer a ele quando nos sentimos cansados ​​e sem forças, ou perdidos e desorientados.

Uma Igreja formada por cristãos que se relacionam com um Jesus pouco conhecido, confessado apenas doutrinariamente, um Jesus distante cuja voz não é bem ouvida nas comunidades... corre o risco de esquecer o seu Pastor. Mas quem cuidará da Igreja senão o seu Pastor?

4 Páscoa – B

(João 10:11-18)

Abril, 21

José Antonio Pagola

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Fonte: Facebook 

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