"Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.” (Jo 10,11)
Hoje temos uma excelente reflexão sobre o texto bíblico Jo 10,11-18 (Jesus Bom Pastor).
O texto é de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
18 Abril 2024
VÁ CONOSCO
O símbolo de Jesus como bom pastor produz hoje certo aborrecimento entre alguns cristãos. Não queremos ser tratados como ovelhas num rebanho. Não precisamos de ninguém para governar e controlar nossas vidas. Queremos ser respeitados. Não precisamos de nenhum pastor.
Os primeiros cristãos não se sentiam assim. A figura de Jesus, bom pastor, logo se tornou a imagem mais querida de Jesus. Já nas catacumbas de Roma ele é representado carregando nos ombros a ovelha perdida. Ninguém pensa em Jesus como um pastor autoritário, dedicado a monitorar e controlar os seus seguidores, mas como um bom pastor que cuida das suas ovelhas.
O “bom pastor” cuida das suas ovelhas. É sua primeira característica. Nunca os abandona. Não se esqueça deles. Vive atento a eles. Ele está sempre atento aos mais fracos ou doentes. Ele não é como o pastor mercenário que, ao ver o perigo, foge para salvar a vida, abandonando o rebanho: não se preocupa com as ovelhas.
Jesus deixou uma memória indelével. As histórias evangélicas descrevem-no como preocupado com os doentes, os marginalizados, os pequenos, os mais indefesos e esquecidos, os mais perdidos. Ele não parece se importar consigo mesmo. Ele sempre é visto pensando nos outros. Ele se preocupa acima de tudo com os mais desamparados.
Mas há algo mais. “O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas”. É a segunda característica. O Evangelho de João repete esta linguagem até cinco vezes. O amor de Jesus pelas pessoas não tem limites. Ele ama os outros mais do que a si mesmo. Ele ama a todos com o amor de um bom pastor, que não foge do perigo, mas dá a vida para salvar o rebanho.
Por isso, a imagem de Jesus, “bom pastor”, tornou-se logo uma mensagem de conforto e de confiança para os seus seguidores:“todos os dias da minha vida".Os cristãos muitas vezes vivem um relacionamento muito pobre com Jesus. Precisamos conhecer uma experiência mais viva e cativante. Não acreditamos que ele se importa conosco. Esquecemos que podemos recorrer a ele quando nos sentimos cansados e sem forças, ou perdidos e desorientados.
Uma Igreja formada por cristãos que se relacionam com um Jesus pouco conhecido, confessado apenas doutrinariamente, um Jesus distante cuja voz não é bem ouvida nas comunidades... corre o risco de esquecer o seu Pastor. Mas quem cuidará da Igreja senão o seu Pastor?
4 Páscoa – B
(João 10:11-18)
Abril, 21
José Antonio Pagola
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Fonte: Facebook
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