“E disse-lhes: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”. (Mc 16, 15)
Abaixo, uma reflexão muito atual, que tem como base o texto bíblico Marcos 16,15-20 (Ascensão do Senhor). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
08 Maio 2024
PERGUNTE AO CÉU
O céu não pode ser descrito, mas podemos saboreá-lo. Não podemos alcançá-lo com a mente, mas é difícil não desejá-lo. Se falamos do céu não é para satisfazer a nossa curiosidade, mas para reavivar o nosso desejo e a nossa atração por Deus. Se nos lembrarmos disso, é para não esquecer o último desejo que carregamos no coração.
Ir para o céu não é chegar a um lugar, mas entrar para sempre no Mistério do amor de Deus. Finalmente, Deus não será mais alguém oculto e inacessível. Embora nos pareça incrível, poderemos conhecer, tocar, saborear e desfrutar do seu ser mais íntimo, da sua verdade mais profunda, da sua infinita bondade e beleza. Deus nos amará para sempre.
Esta comunhão com Deus não será uma experiência individual. Jesus ressuscitado nos acompanhará. Ninguém vai ao Pai senão por meio de Cristo. “Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Col 2,9). Somente conhecendo e desfrutando do mistério encerrado em Cristo poderemos penetrar no mistério insondável de Deus. Cristo será o nosso “céu”. Ao vê-lo, “veremos” Deus.
Cristo não será o único mediador da nossa felicidade eterna. Incendiados pelo amor de Deus, cada um de nós se tornará “céu” para os outros à sua maneira. Da nossa limitação e finitude tocaremos o Mistério infinito de Deus, saboreando-o nas suas criaturas. Desfrutaremos seu amor insondável provando-o no amor humano. A alegria de Deus nos será dada encarnada no prazer humano.
O teólogo húngaro Ladislaus Boros tenta sugerir esta experiência indescritível: «Sentiremos o calor, experimentaremos o esplendor, a vitalidade, a riqueza transbordante da pessoa que hoje amamos, com quem desfrutamos e por quem agradecemos a Deus. Todo o seu ser, a profundidade da sua alma, a grandeza do seu coração, a criatividade, a amplitude, a excitação da sua reação amorosa nos serão dados.
Que plenitude alcançará em Deus a ternura, a comunhão e a alegria do amor e da amizade que aqui conhecemos. Com que intensidade aqueles de nós que já se amam tanto na terra se amarão então. Poucas experiências nos permitem prever melhor o destino último para o qual somos atraídos por Deus.
Ascensão do Senhor
(Marcos 16:15-20)
12 de maio
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Fonte: Facebook
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