“Novamente Jesus disse: Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio. E com isso, soprou sobre eles e disse: Recebam o Espírito Santo!.” (Jo 20,21-22)
Neste Domingo de Pentecostes temos uma bela reflexão, muito atual e esclarecedora, que tem como base o texto bíblico Jo 20,19-23 (A missão da comunidade).
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
16 Maio 2024
Sopro de vida
Os hebreus tinham uma ideia muito bela e real do mistério da vida. É assim que uma antiga história, muitos séculos antes de Cristo, descreve a criação do homem: «O Senhor Deus formou o homem do barro da terra. Então ele soprou o sopro da vida em suas narinas. E assim o homem se tornou um [ser] vivo.
Isso é o que diz a experiência. O ser humano é barro. A qualquer momento ele pode desmoronar. Como andar com pés de barro? Como olhar a vida com olhos de barro? Como amar com coração de barro? Porém, essa lama vive! Dentro dele há um sopro que o faz viver. É o Sopro de Deus. Seu Espírito que dá vida.
No final do seu evangelho, João descreveu uma cena grandiosa. É o momento culminante do Jesus ressuscitado. Segundo a sua história, o nascimento da Igreja é uma “nova criação”. Ao enviar os seus discípulos, Jesus “soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”.
Sem
o Espírito de Jesus, a Igreja é um barro sem vida: uma comunidade incapaz de
introduzir esperança, conforto e vida no mundo. Ela pode proferir palavras
sublimes sem comunicar o sopro de Deus aos corações. Você pode falar com
confiança e firmeza sem fortalecer a fé das pessoas. Onde você vai conseguir
esperança se não for no sopro de Jesus? Como você vai se defender da morte sem
o Espírito do Ressuscitado?
Sem o Espírito criador de Jesus podemos acabar vivendo numa Igreja fechada a toda renovação:
não se permite sonhar com grandes novidades;
é mais seguro pertencer a uma religião estática e controlada, que mude o mínimo possível;
o que recebemos de outros tempos é também o melhor para o nosso; as nossas gerações devem celebrar a sua fé vacilante com a linguagem e os rituais de muitos séculos atrás. os caminhos estão marcados. Você não precisa se perguntar por quê.
Como não gritar bem alto: “Vem, Espírito Santo! Venha para sua Igreja. Venha nos libertar do medo, da mediocridade e da falta de fé na sua força criativa”? Não devemos olhar para os outros. Cada um de nós deve abrir o seu próprio coração.
Pentecostes – B
(João 20,19-23)
19 de maio
José Antonio Pagola
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Fonte:Facebook
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