“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim". (Jo 6,56-57)
Hoje temos uma ótima reflexão, que tem como a base o texto bíblico João 6,51-58 (Permanecer no amor). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
15 Agosto 2024
COMUNICAR-SE COM JESUS
"Bem-aventurados os chamados à Ceia do Senhor." Assim diz o sacerdote ao mostrar a todo o povo o pão eucarístico antes de iniciar a sua distribuição. Que eco têm estas palavras em quem as ouve hoje?
Muitos, sem dúvida, sentem-se felizes por poder entrar em comunhão para encontrar Cristo e alimentar a sua vida e a sua fé Nele. Muitos levantam-se automaticamente para mais uma vez realizar um gesto rotineiro e sem vida. Um número significativo de pessoas não se sente chamado a participar e não sente qualquer insatisfação por isso.
E, no entanto, a comunhão pode ser para o cristão o gesto mais importante e central de toda a semana, se for vivido com toda a sua expressividade e dinamismo.
A preparação começa com o canto ou recitação do Pai Nosso. Cada um de nós não se prepara individualmente para a sua própria comunhão. Comungamos, formando uma família que, acima das tensões e das diferenças, quer viver fraternalmente, invocando o mesmo Pai e encontrando-nos todos no mesmo Cristo.
Não se trata de rezar um “Pai Nosso” dentro da missa. Esta oração adquire neste momento uma profundidade especial. O gesto do sacerdote, com as mãos abertas e levantadas, é um convite a adotar uma atitude confiante de invocação. Os pedidos ressoam de forma diferente quando vamos à comunhão: “dê-nos pão” e alimente a nossa vida nesta comunhão; “venha o teu reino” e Cristo - venha a esta comunidade; “Perdoa-nos as nossas ofensas” e prepara-nos para receber o teu Filho...
A preparação continua com o abraço da paz, um gesto sugestivo e poderoso que nos convida a romper o isolamento, a distância e a falta de solidariedade egoísta. O rito, precedido de uma dupla oração de paz, não é simplesmente um gesto de amizade. Expressa o compromisso de viver difundindo “a paz do Senhor”, curando feridas, eliminando o ódio, reavivando o sentido de fraternidade, despertando a solidariedade.
A invocação “Senhor, não sou digno...”, dita com fé humilde e com o desejo de viver mais fielmente a Jesus, é o último gesto antes de se aproximar cantando para receber o Senhor. A mão estendida e aberta exprime a atitude de quem, pobre e indigente, se abre para receber o pão da vida.
O silêncio grato e confiante que nos torna conscientes da proximidade de Cristo e da sua presença viva em nós, a oração de toda a comunidade cristã e a bênção última põem fim à comunhão. A nossa fé não seria reafirmada se conseguíssemos levar a comunhão mais profundamente?
20 Tempo Comum – B
(João 6:51-58)
18 de agosto
José Antonio Pagola
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Fonte: Facebook
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