Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 26 de outubro de 2024

“Sentado à beira da estrada”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho.”  (Mc 10,52)

A reflexão de hoje tem como base o texto bíblico Marcos 10,46-52 (A cura do cego Bartimeu). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Ler esta reflexão ajuda a entender o propósito de ser cristão e o que isso significa na vida do ser humano.

Vale a pena conferir! 

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

22 de outubro de 2024

Sentado à beira da estrada

No seu início, o Cristianismo era conhecido como “o Caminho” (At 18,25-26). Mais do que ingressar numa nova religião, “tornar-se cristão” foi encontrar o caminho certo na vida, seguindo os passos de Jesus. Ser cristão significa para eles “seguir” a Cristo. Isto é o fundamental, o decisivo.

Hoje as coisas mudaram. O Cristianismo conheceu um desenvolvimento doutrinário muito importante durante estes vinte séculos e gerou uma liturgia e um culto muito elaborados. O Cristianismo é considerado uma religião há muito tempo.

Por isso não é estranho encontrar pessoas que se sentem cristãs simplesmente porque são batizadas e cumprem os seus deveres religiosos, embora nunca tenham considerado a vida como um seguimento de Jesus Cristo. Este fato, bastante difundido hoje, teria sido inimaginável nos primeiros tempos do Cristianismo.

Esquecemos que ser cristãos significa “seguir” Jesus Cristo: mover-se, dar passos, caminhar, construir a vida seguindo as suas pegadas. Nosso Cristianismo às vezes permanece uma fé teórica e inoperante ou uma prática religiosa rotineira. Não transforma a nossa vida em seguir Jesus.

Depois de vinte séculos, a maior contradição dos cristãos é fingir ser um sem seguir Jesus. A religião cristã é aceita (como se poderia aceitar outra), porque dá segurança e tranquilidade diante do “desconhecido”, mas não se entra na dinâmica do seguimento fiel de Cristo.

Estamos cegos e não vemos onde está o essencial da fé cristã. O episódio da cura do cego de Jericó é um convite a sair da cegueira. No início da história, Bartimeu “está sentado à beira da estrada”. É um homem cego e desorientado, fora do caminho, sem capacidade de seguir Jesus. Curado da cegueira por Jesus, o cego não só recupera a luz, mas também se torna um verdadeiro “seguidor” do seu Mestre, pois, a partir daquele dia, “o seguiu pelo caminho”. É a cura que precisamos.

30 Tempo Comum – B

(Marcos 10:46-52)

27 de outubro

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

sábado, 19 de outubro de 2024

“Contra a hierarquia do poder”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

Jesus os chamou e disse: Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos”.  (Mc 10,42-44)

 

Hoje temos uma ótima reflexão, baseada no texto bíblico Marcos 10,35-45 (O pedido dos filhos de Zebedeu). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

José Antonio Pagola

17 Outubro 2024

Contra a hierarquia do poder

Tiago e João aproximam-se de Jesus com um estranho pedido: ocupar os cargos de honra ao lado dele. “Eles não sabem o que estão pedindo.” Isto é o que Jesus lhes diz. Nada compreenderam do seu projeto ao serviço do Reino de Deus e da sua justiça. Eles não pensam em “segui-lo”, mas em “sentar” nas primeiras posições.

Vendo sua posição, os outros dez “ficam indignados”. Eles também nutrem sonhos ambiciosos. Todos buscam obter algum poder, honra ou prestígio. A cena é escandalosa. Como acolher Deus Pai e trabalhar por um mundo mais fraterno com um grupo de discípulos animados por este espírito?

O pensamento de Jesus é claro. "Não precisa ser assim." Você tem que ir exatamente na direção oposta. Devemos eliminar do seu movimento de seguidores aquela “doença” de poder que todos conhecem no império de Tibério e no governo de Antipas. Um poder que não faz nada além de “tiranizar” e “oprimir”.

Essa hierarquia de poder não deveria existir entre os seus. Ninguém está acima dos outros. Não há mestres ou proprietários. A paróquia não é do pároco. A Igreja não pertence aos bispos e cardeais. O povo não pertence aos teólogos. Quem quer ser grande deve começar a servir a todos.

O verdadeiro modelo é Jesus. Não governa, não impõe, não domina nem controla. Ele não deseja nenhum poder. Nenhum título honorário é assumido. Ele não busca seu próprio interesse. A dele é “servir” e “dar a vida”. É por isso que é o primeiro e o maior.

Precisamos na Igreja de cristãos dispostos a dedicar a vida ao projeto de Jesus, e não a outros interesses. Crentes sem ambições pessoais, que trabalham silenciosamente por um mundo mais humano e por uma Igreja mais evangélica. Seguidores de Jesus que se “impõem” pela qualidade da sua vida de serviço.

Pais que se esforçam pelos filhos, educadores dedicados dia após dia à sua difícil tarefa, homens e mulheres que fizeram da sua vida um serviço aos necessitados. Eles são o melhor que temos na Igreja. O “maior” aos olhos de Jesus.

29 Tempo Comum – B

(Marcos 10:35-45)

20 de outubro

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

 

Fonte: Facebook

sábado, 12 de outubro de 2024

“Mudança fundamental”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 E, olhando Jesus em derredor, disse a seus discípulos: <Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os ricos! >. Os discípulos ficaram assombrados com suas palavras. Mas Jesus replicou: < Filhinhos, quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que põem a sua confiança nas riquezas! >” (Mc 10, 23-24)

 

Hoje podemos usufruir de uma ótima reflexão, muito atual e esclarecedora, que tem como base o texto bíblico Marcos 10,17-30 (Verdadeira riqueza). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

10 de outubro de 2024

MUDANÇA FUNDAMENTAL

A mudança fundamental para a qual Jesus nos chama é clara. Deixem de ser pessoas egoístas que veem os outros com base nos seus próprios interesses e ousem iniciar uma vida mais fraterna e solidária. Portanto, ao rico que observa fielmente todos os preceitos da lei, mas que vive preso às suas próprias riquezas, falta algo essencial para ser seu discípulo: compartilhar o que tem com os necessitados.

Há algo muito claro no evangelho de Jesus. A vida não nos foi dada para ganhar dinheiro, para ter sucesso ou para alcançar o bem-estar pessoal, mas para nos tornarmos irmãos. Se pudéssemos ver o projeto de Deus com a transparência com que Jesus o vê e compreender com um só olhar a profundidade última da existência, perceberíamos que a única coisa importante é criar a fraternidade. O amor fraterno que nos leva a partilhar o que é nosso com os necessitados é “a única força de crescimento”, a única que faz a humanidade avançar decididamente para a sua salvação.

O homem mais realizado não é, como às vezes se pensa, aquele que consegue acumular mais dinheiro, mas sim aquele que sabe conviver melhor e de forma mais fraterna. Portanto, quando alguém renuncia gradativamente à fraternidade e se fecha nas próprias riquezas e interesses, sem resolver o problema do amor, acaba fracassando como homem.

Mesmo que você viva fielmente observando algumas regras de conduta religiosa, ao encontrar o evangelho descobrirá que não há alegria verdadeira em sua vida, e se afastará da mensagem de Jesus com a mesma tristeza daquele homem que "foi embora triste porque ele era muito rico."

Muitas vezes, os cristãos acomodam-se confortavelmente na nossa religião, sem reagir ao apelo do Evangelho e sem procurar qualquer mudança decisiva nas nossas vidas. Nós “rebaixamos” o evangelho para atender aos nossos interesses. Mas essa religião não pode mais ser fonte de alegria. Isso nos deixa tristes e sem verdadeiro consolo.

Diante do evangelho devemos perguntar-nos sinceramente se a nossa forma de ganhar e gastar dinheiro é a de quem sabe partilhar ou a de quem só procura acumular. Se não sabemos dar o nosso próprio aos necessitados, falta-nos algo essencial para viver com alegria cristã.

28 Tempo Comum – B

(Marcos 10:17-30)

13 de outubro

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

 Fonte: Facebook