Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 5 de outubro de 2024

“Em defesa das mulheres”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

Portanto, o que Deus uniu, ninguém o separe". (Mc 10,9)

 

Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como base o texto bíblico

Marcos 10, 2-16  (Igualdade entre homens e mulheres). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

03 de outubro de 2024

EM DEFESA DAS MULHERES

O que mais fez as mulheres sofrerem na Galileia na década de 30 do século I, foi a sua total submissão aos homens dentro da família patriarcal. O marido poderia até repudiá-los a qualquer momento, abandonando-os à própria sorte. Este direito baseava-se, segundo a tradição judaica, em nada menos que a lei de Deus.

Os mestres discutiam os motivos que poderiam justificar a decisão do marido. Segundo os seguidores de Shammai, uma mulher só poderia ser repudiada em casos de adultério; Segundo Hillel, bastava à mulher fazer qualquer coisa “desagradável” aos olhos do marido. Enquanto os homens instruídos discutiam, as mulheres não conseguiam levantar a voz para defender os seus direitos.

Em algum momento, a pergunta chegou a Jesus: “Pode um homem divorciar-se de sua mulher?” Sua resposta confundiu a todos. As mulheres não podiam acreditar. Segundo Jesus, se o repúdio está na lei, é por causa da “dureza de coração” dos homens e da sua mentalidade sexista, mas o projeto original de Deus não era um casamento “patriarcal” dominado pelo homem.

Deus criou o homem e a mulher para serem “uma só carne”. Ambos são chamados a partilhar o seu amor, a sua intimidade e toda a sua vida, com igual dignidade e em total comunhão. Daí o grito de Jesus: “O que Deus uniu, ninguém separe” com a sua atitude sexista.

Deus quer uma vida mais digna, segura e estável para as esposas submetidas e maltratadas pelos homens nos lares da Galileia. Não pode abençoar uma estrutura que gera superioridade masculina e submissão feminina. Depois de Jesus, nenhum cristão poderá legitimar com o evangelho qualquer coisa que promova a discriminação, a exclusão ou a submissão das mulheres.

Na mensagem de Jesus há uma pregação dirigida exclusivamente aos homens para que renunciem à sua “dureza de coração” e promovam relações mais justas e igualitárias entre homens e mulheres. Onde esta mensagem é ouvida hoje? Quando a Igreja chama os homens para esta conversão? O que nós, seguidores de Jesus, estamos fazendo para rever e mudar comportamentos, hábitos, costumes e leis que claramente vão contra a vontade original de Deus ao criar o homem e a mulher?

27 Tempo Comum – B

(Marcos 10:2-16)

6 de outubro

José Antonio Pagola

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Fonte: Facebook

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