Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 19 de outubro de 2024

“Contra a hierarquia do poder”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

Jesus os chamou e disse: Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos”.  (Mc 10,42-44)

 

Hoje temos uma ótima reflexão, baseada no texto bíblico Marcos 10,35-45 (O pedido dos filhos de Zebedeu). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

José Antonio Pagola

17 Outubro 2024

Contra a hierarquia do poder

Tiago e João aproximam-se de Jesus com um estranho pedido: ocupar os cargos de honra ao lado dele. “Eles não sabem o que estão pedindo.” Isto é o que Jesus lhes diz. Nada compreenderam do seu projeto ao serviço do Reino de Deus e da sua justiça. Eles não pensam em “segui-lo”, mas em “sentar” nas primeiras posições.

Vendo sua posição, os outros dez “ficam indignados”. Eles também nutrem sonhos ambiciosos. Todos buscam obter algum poder, honra ou prestígio. A cena é escandalosa. Como acolher Deus Pai e trabalhar por um mundo mais fraterno com um grupo de discípulos animados por este espírito?

O pensamento de Jesus é claro. "Não precisa ser assim." Você tem que ir exatamente na direção oposta. Devemos eliminar do seu movimento de seguidores aquela “doença” de poder que todos conhecem no império de Tibério e no governo de Antipas. Um poder que não faz nada além de “tiranizar” e “oprimir”.

Essa hierarquia de poder não deveria existir entre os seus. Ninguém está acima dos outros. Não há mestres ou proprietários. A paróquia não é do pároco. A Igreja não pertence aos bispos e cardeais. O povo não pertence aos teólogos. Quem quer ser grande deve começar a servir a todos.

O verdadeiro modelo é Jesus. Não governa, não impõe, não domina nem controla. Ele não deseja nenhum poder. Nenhum título honorário é assumido. Ele não busca seu próprio interesse. A dele é “servir” e “dar a vida”. É por isso que é o primeiro e o maior.

Precisamos na Igreja de cristãos dispostos a dedicar a vida ao projeto de Jesus, e não a outros interesses. Crentes sem ambições pessoais, que trabalham silenciosamente por um mundo mais humano e por uma Igreja mais evangélica. Seguidores de Jesus que se “impõem” pela qualidade da sua vida de serviço.

Pais que se esforçam pelos filhos, educadores dedicados dia após dia à sua difícil tarefa, homens e mulheres que fizeram da sua vida um serviço aos necessitados. Eles são o melhor que temos na Igreja. O “maior” aos olhos de Jesus.

29 Tempo Comum – B

(Marcos 10:35-45)

20 de outubro

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

 

Fonte: Facebook

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