“E, olhando Jesus em derredor, disse a seus discípulos: <Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os ricos! >. Os discípulos ficaram assombrados com suas palavras. Mas Jesus replicou: < Filhinhos, quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que põem a sua confiança nas riquezas! >” (Mc 10, 23-24)
Hoje podemos usufruir de uma ótima reflexão, muito atual e esclarecedora, que tem como base o texto bíblico Marcos 10,17-30 (Verdadeira riqueza). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
10 de outubro de 2024
MUDANÇA FUNDAMENTAL
A mudança fundamental para a qual Jesus nos chama é clara. Deixem de ser pessoas egoístas que veem os outros com base nos seus próprios interesses e ousem iniciar uma vida mais fraterna e solidária. Portanto, ao rico que observa fielmente todos os preceitos da lei, mas que vive preso às suas próprias riquezas, falta algo essencial para ser seu discípulo: compartilhar o que tem com os necessitados.
Há algo muito claro no evangelho de Jesus. A vida não nos foi dada para ganhar dinheiro, para ter sucesso ou para alcançar o bem-estar pessoal, mas para nos tornarmos irmãos. Se pudéssemos ver o projeto de Deus com a transparência com que Jesus o vê e compreender com um só olhar a profundidade última da existência, perceberíamos que a única coisa importante é criar a fraternidade. O amor fraterno que nos leva a partilhar o que é nosso com os necessitados é “a única força de crescimento”, a única que faz a humanidade avançar decididamente para a sua salvação.
O homem mais realizado não é, como às vezes se pensa, aquele que consegue acumular mais dinheiro, mas sim aquele que sabe conviver melhor e de forma mais fraterna. Portanto, quando alguém renuncia gradativamente à fraternidade e se fecha nas próprias riquezas e interesses, sem resolver o problema do amor, acaba fracassando como homem.
Mesmo que você viva fielmente observando algumas regras de conduta religiosa, ao encontrar o evangelho descobrirá que não há alegria verdadeira em sua vida, e se afastará da mensagem de Jesus com a mesma tristeza daquele homem que "foi embora triste porque ele era muito rico."
Muitas vezes, os cristãos acomodam-se confortavelmente na nossa religião, sem reagir ao apelo do Evangelho e sem procurar qualquer mudança decisiva nas nossas vidas. Nós “rebaixamos” o evangelho para atender aos nossos interesses. Mas essa religião não pode mais ser fonte de alegria. Isso nos deixa tristes e sem verdadeiro consolo.
Diante do evangelho devemos perguntar-nos sinceramente se a nossa forma de ganhar e gastar dinheiro é a de quem sabe partilhar ou a de quem só procura acumular. Se não sabemos dar o nosso próprio aos necessitados, falta-nos algo essencial para viver com alegria cristã.
28 Tempo Comum – B
(Marcos 10:17-30)
13 de outubro
José Antonio Pagola
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Fonte:
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