“Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar. E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia!” (Lc 21, 33-34)
1º Domingo de Advento
A reflexão de hoje tem como a base o texto bíblico Lucas 21,25-28;34-36 (Ser Vigilante). O texto é de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
28 Novembro 2024
SEM MATAR A ESPERANÇA
Jesus foi um incansável criador de esperança. Toda a sua existência consistiu em difundir aos outros a esperança que ele próprio vivia no mais profundo do seu ser. Hoje ouvimos o seu grito de advertência: “Levantai-vos, levantai a cabeça; sua libertação está se aproximando. Mas tenha cuidado: não deixe sua mente ficar entorpecida com vícios, bebidas e preocupações com dinheiro”.
As palavras de Jesus não perderam relevância, porque ainda hoje continuamos a matar a esperança e a estragar a vida de muitas maneiras. Não pensemos naqueles que, independentemente de toda a fé, vivem segundo o “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos”, mas naqueles que, chamando-se cristãos, podem cair numa atitude não muito diferente: "Comamos e bebamos, porque amanhã virá o Messias."
Quando numa sociedade o objetivo quase único da vida é a satisfação cega dos desejos e cada pessoa se fecha no seu próprio gozo, a esperança morre aí.
Os satisfeitos não procuram nada realmente novo. Eles não trabalham para mudar o mundo. Eles não estão interessados em um futuro melhor. Não se rebelam contra as injustiças, os sofrimentos e os absurdos do mundo atual. Na realidade, este mundo é para eles “o céu” ao qual aspirariam para sempre. Eles podem se dar ao luxo de não esperar nada melhor.
Como é sempre tentador adaptar-se à situação, instalar-se confortavelmente no nosso pequeno mundo e viver em paz, sem grandes aspirações. Quase inconscientemente, temos a ilusão de sermos capazes de alcançar a nossa própria felicidade sem mudar em nada o mundo. Mas não esqueçamos: “Só quem fecha os olhos e os ouvidos, só quem ficou insensível, pode sentir-se à vontade num mundo como este” (R. A. Alves).
Quem ama verdadeiramente a vida e se sente solidário com todos os seres humanos sofre ao ver que a grande maioria ainda não consegue viver dignamente. Esse sofrimento é um sinal de que ainda estamos vivos e conscientes de que algo está errado. Devemos continuar buscando o reino de Deus e sua justiça.
1 Advento – C
(Lucas 21,25-28;34-36)
1º de dezembro
José Antonio Pagola
goodnews@ppc-editorial.com
Fonte: Facebook