Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

domingo, 17 de novembro de 2024

“Fazendo as grandes perguntas”. - Reflexão de José Antonio Pagola.

 
Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão". (Mc 13, 31)

Hoje temos uma reflexão muito especial e relevante, que tem como a base o texto bíblico Marcos 13,24-32 (O discurso escatológico). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

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 Por José Antonio Pagola

13 Novembro 2024

FAZENDO AS GRANDES PERGUNTAS

O homem contemporâneo não tem mais medo de discursos apocalípticos sobre “o fim do mundo”. Também não se detém para ouvir a mensagem esperançosa de Jesus, que, usando a mesma linguagem, anuncia, no entanto, o nascimento de um mundo novo. O que o preocupa é a “crise ecológica”. Esta não é apenas uma crise do ambiente natural do homem. É uma crise do próprio homem. Uma crise global da vida neste planeta. Crise mortal não só para os seres humanos, mas para outros seres animados que a sofrem há muito tempo.

Pouco a pouco começamos a perceber que entramos num beco sem saída, colocando em crise todo o sistema de vida do mundo. Hoje, “progresso” não é uma palavra de esperança como era no século passado, pois há um medo crescente de que o progresso acabe por servir não só a vida, mas também a morte. A humanidade começa a ter a sensação de que um caminho que leva a uma crise global não pode ser correto, desde a extinção das florestas à propagação das neuroses, da poluição das águas ao “vácuo existencial” de tantos habitantes de cidades populosas.

Para parar o “desastre” é urgente mudar de rumo. Não basta substituir as tecnologias “sujas” por outras “mais limpas” ou a industrialização “selvagem” por uma mais “civilizada”. São necessárias mudanças profundas nos interesses que hoje orientam o desenvolvimento e o progresso das tecnologias. Aqui começa o drama do homem moderno. As sociedades não se mostram capazes de introduzir mudanças decisivas no seu sistema de valores e significados. Os interesses económicos imediatos são mais fortes do que qualquer outra abordagem. É melhor desdramatizar a crise, desqualificar “os quatro exaltados ambientalistas” e encorajar a indiferença.

Não é chegado o momento de nos colocarmos as grandes questões que nos permitirão recuperar o “sentido global” da existência humana na Terra e aprender a viver uma relação mais pacífica entre os homens e com toda a criação?

O que é o mundo? Uma “propriedade sem dono” que nós homens podemos explorar impiedosamente e sem qualquer consideração ou a casa que o Criador nos dá para torná-la cada dia mais habitável? O que é o cosmos? Uma matéria-prima que podemos manipular à vontade ou a criação de um Deus que, através do seu Espírito, vivifica tudo e conduz “os céus e a terra” à sua consumação definitiva?

O que é o homem? Um ser perdido no cosmos, lutando desesperadamente contra a natureza, mas destinado a extinguir-se sem remédio, ou um ser chamado por Deus a viver em paz com a criação, colaborando na orientação inteligente da vida para a sua plenitude no Criador?

33 Tempo Comum – B

(Marcos 13:24-32)

17 de novembro

José Antonio Pagola

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Fonte: Facebook


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