“Então (Jesus) foi com eles para Nazaré e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, guardava todas essas coisas em seu coração. Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens.” (Lc 2, 51-52)
Festa da Sagrada Família
Abaixo, uma ótima reflexão, baseada no texto bíblico Lucas 2,41-52 (O Menino Jesus no templo). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
18 Dezembro 2024
Deixar Jesus entrar em nossa casa
Precisamos, antes de mais, procurar, cuidar e desenvolver um projeto saudável, digno e feliz de família que possa traduzir-se na vida concreta de cada lar. Jesus, acolhido com fé e convicção em nossa família, pode nos ajudar a corrigir e melhorar o nosso modo de viver e pode nos mostrar um novo caminho mais digno de seguidores do Seu Evangelho.
Deixar Jesus entrar em nossa casa significa enraizar a família com mais verdade, mais paixão e mais foco em sua pessoa, sua mensagem e seu projeto do reino de Deus. Muitas coisas serão feitas nos próximos anos para reavivar nossas famílias, mas nada mais decisivo do que colocar Jesus no centro do lar, confiando na sua promessa: “Onde dois ou três se reúnem em meu nome, aí estou eu” (Mateus 18,20). Vocês não estão sozinhos. No centro da sua casa está Jesus. Ele vos reúne, encoraja e sustenta. Com Jesus tudo é possível.
Acolher Jesus em casa é tarefa de uma vida inteira. Primeiro, aprender a viver em casa com um coração novo e um espírito renovador. Isso significa começar a viver um novo relacionamento com Jesus, uma adesão mais viva. Uma família formada por cristãos que mal conhecem Jesus, que só o confessam de vez em quando e de forma abstrata, que nunca lêem o evangelho, que se relacionam com um Jesus mudo do qual não ouvem nada de especial, nada de interesse para o homem e a mulher de hoje, um Jesus apagado que não atrai nem seduz, que não toca os corações ... , é uma família que dificilmente poderá sentir sua força renovadora.
Se ignorarmos Jesus e não soubermos sua mensagem, não poderemos orientar nossa vida familiar a partir do Seu Evangelho. Se não soubermos olhar o mundo, a vida, as pessoas, os filhos, os problemas... com os olhos com que Jesus olhava, diremos que contamos com a luz privilegiada da revelação, mas seremos uma família cega que não sabe olhar a vida como Jesus a olhava. E se não ouvirmos o sofrimento das pessoas com a atenção, sensibilidade e compaixão com que Jesus escutava aqueles que encontrava sofrendo no seu caminho, seremos famílias surdas. E se não sintonizarmos com o estilo de vida de Jesus, com a sua paixão por fazer um mundo mais justo, com a sua ternura para com as crianças, com o seu perdão para com os desprezados... , não saberemos transmitir o melhor que Jesus transmitia, o mais valioso, o mais atraente: Sua Boa Nova.
É sobre viver em nossas famílias esta experiência: caminhar os próximos anos para um novo nível de convivência familiar, mais inspirado e motivado por Jesus, e para uma dinâmica e um estilo de vida melhor orientados para abrir caminhos para o reino de Deus, isto é, para esse novo mundo mais humano e feliz que o Pai quer para todos, começando pelos últimos. Após vinte séculos de cristianismo, as famílias cristãs precisam de um "coração novo" para viver e comunicar a Boa Nova do Deus revelado em Jesus no meio da sociedade atual. O decisivo é não nos resignarmos a viver hoje em família sem Jesus.
Sagrada Família – C
(Lucas 2,41-52)
29 de dezembro
Fonte: Facebook