Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 11 de janeiro de 2025

“Não afogar o amor solidário”, - Reflexão de José Antonio Pagola.

 

Quando todo o povo ia sendo batizado, também Jesus o foi. E estando ele a orar, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e veio do céu uma voz: Tu és o meu Filho bem-amado; em ti ponho minha afeição.”  (Lc 3, 21-22)

 

Festa do Batismo do Senhor

 

A reflexão de hoje é muito necessária e atual. Baseia-se no texto bíblico Lucas 3, 15-16;21-22 (O batismo de Jesus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

08 Janeiro 2025

Não afogar o amor solidário

O amor é a energia que dá vida real à sociedade. Em toda civilização há forças que geram vida, verdade e justiça e forças que provocam morte, mentira e indignidade. Nem sempre é fácil detectá-lo, mas na raiz de todos os impulsos de vida está sempre o amor.

É por isso que, quando o amor se afoga numa sociedade, está a afogar-se ao mesmo tempo a dinâmica que leva ao crescimento humano e à expansão da vida. Daí a importância de cuidar socialmente do amor e lutar contra tudo o que pode destruí-lo.

Uma maneira de matar o amor pela raiz é manipular as pessoas. Na sociedade atual proclamam-se em voz alta os direitos da pessoa, mas depois os indivíduos são sacrificados ao desempenho, à utilidade ou ao desenvolvimento do bem-estar. Acontece então aquilo a que o pensador americano Herbet Marcuse chamava de "a eutanásia da liberdade". Cada vez mais pessoas vivem uma «não liberdade confortável, razoável, democrática». Você vive bem, mas sem conhecer a verdadeira liberdade ou o amor.

Outro risco para o amor é o funcionalismo. Na sociedade da eficácia o importante não são as pessoas, mas sim a função que elas exercem. O indivíduo é facilmente reduzido a uma peça da engrenagem: no trabalho é um empregado; no consumo, um cliente; na política, um voto; no hospital, um número de cama... Nesta sociedade, as coisas funcionam; as relações entre as pessoas morrem.

Outra maneira frequente de afogar o amor é a indiferença. O funcionamento da sociedade moderna concentra os indivíduos nos seus próprios interesses. Os outros são uma "abstração". Publicam-se estudos e estatísticas por detrás dos quais se oculta o sofrimento das pessoas específicas. Não é fácil nos sentirmos responsáveis. É a administração pública que tem de se ocupar destes problemas.

O que cada um pode fazer? Perante tantas formas de desamor, o Batista sugere uma posição clara: «Quem tiver duas túnicas, divida-as com quem não tem; e quem tem comida faça o mesmo». O que podemos fazer? Simplesmente compartilhar mais o que temos com aqueles que vivem em necessidade.

José Antonio Pagola

Postado em www.gruposdejesus.com

Fonte: Facebook

Nenhum comentário:

Postar um comentário