‘Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso”. (Lc 6, 35-36)
Abaixo, uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Lucas 6,27-38 (Amar os inimigos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
19 Fevereiro de 2025
Amor ao inimigo
"A vocês que me ouvem, eu digo: amem os seus inimigos e façam o bem aos que os odeiam." O que nós, crentes, podemos fazer em resposta a essas palavras de Jesus? Suprimi-los do Evangelho? Apagá-los das profundezas da nossa consciência? Deixá-los para tempos melhores?
A atitude básica dos homens em relação ao "inimigo" - isto é, em relação a alguém de quem só podemos esperar algum mal - não muda muito em diferentes culturas. O ateniense Lísias (século V a.C.) expressou o conceito predominante na Grécia antiga com uma fórmula que seria bem-vinda por muitos hoje também: "Considero uma regra estabelecida que se deve tentar prejudicar os inimigos e se colocar a serviço dos amigos".
Por isso, devemos ressaltar ainda mais a importância revolucionária contida no mandamento evangélico do amor ao inimigo, considerado pelos exegetas como o expoente mais claro da mensagem cristã.
Jesus pensa que uma pessoa é humana quando o amor é a base de todas as suas ações. E mesmo o relacionamento com os inimigos não deve ser exceção. Aquele que é humano até o fim respeita a dignidade do inimigo, não importa quão desfigurada ela possa nos parecer. Ele não adota uma atitude exclusiva de amaldiçoá-lo, mas sim uma atitude de bênção.
E é justamente esse amor, que alcança a todos e busca verdadeiramente o bem de todos, sem exceção, a contribuição mais humana que pode ser introduzida na sociedade por alguém inspirado pelo Evangelho de Jesus.
Há situações em que esse amor ao inimigo parece impossível. Estamos muito feridos para perdoar. Precisamos de tempo para recuperar a paz. É hora de lembrar que nós também vivemos pela paciência e pelo perdão de Deus.
7º Tempo Comum – C
(Lucas 6,27-38)
23 de fevereiro
José Antonio Pagola
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