“Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome; e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva. E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro.
E todos, na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira”. ( Lc 4, 25-28)
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Considero que todas as reflexões que trago para este blog Indagações-Zapytania trazem uma interpretação interessante e uma visão mais autêntica e realista das mensagens contidas nos textos da Bíblia. Tenho muito aprazo pelos autores, cujos textos apresento
aqui.
A Palavra das Escrituras é o caminho para a libertação e para a maior dignidade
do ser humano, e nunca deve levar à desinformação ou fomentar ingenuidade,
hipocrisia ou falsidade. Essa é a ideia princiapal deste blog: nas boas reflexões
encontrar os esclarecimentos que possam ajudar a alcançar respostas melhores
para as indagações que nos inquietam. Espero que, pelo menos em parte,
as postagens deste blog cumpram o
seu objetivo. (WCejnog)
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Hoje temos uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Lucas 4,21-30 (Jesus na sinagoga em Nazaré). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
20 Janeiro 2025
NINGUÉM ESTÁ SÓ
Ainda hoje existe um certo "elitismo religioso" entre os cristãos que é indigno de um Deus que é amor infinito. Há quem pense que Deus é um Pai estranho que, embora tenha milhões e milhões de filhos e filhas que nascem geração após geração, na realidade só se importa verdadeiramente com os seus "favoritos". Deus sempre age assim: escolhe um “povo eleito”, seja o povo de Israel ou a Igreja, e se dedica inteiramente a ele, deixando os outros povos e religiões em um certo estado de abandono.
Ainda mais. Afirmou-se com toda a calma que «fora da Igreja não há salvação», citando frases como a conhecida de São Cipriano, que, tirada do contexto, é arrepiante: «Não pode ter Deus por Pai aquele que não tem Deus por Pai, a Igreja por Mãe».
É
verdade que o Concílio Vaticano II superou esta visão indigna de Deus ao
afirmar que «ele não está longe daqueles que procuram, entre sombras e imagens,
o Deus desconhecido, pois todos recebem dele a vida, a inspiração e todas as
coisas, e o Salvador quer que todos os homens sejam salvos” (Lumen gentium 16),
mas essas declarações conciliares são uma coisa e os hábitos mentais que
continuam a dominar a consciência de muitos cristãos são outra.
Isso deve ser dito muito claramente. Deus, que cria a todos por amor, vive devotado a cada uma de suas criaturas. Ele chama e atrai todos para a felicidade eterna em comunhão com ele. Nunca houve um homem ou uma mulher que tenha vivido sem que Deus o acompanhasse desde as profundezas do seu ser. Onde quer que haja um ser humano, seja qual for sua religião ou agnosticismo, ali Deus está realizando sua salvação. Seu amor não abandona nem discrimina ninguém. Como diz São Paulo: "Para com Deus não há parcialidade" (Romanos 2:11).
Rejeitado na sua cidade de Nazaré, Jesus recorda a história da viúva de Sarepta e a de Naamã, o sírio, ambos estrangeiros e pagãos, para deixar claro que Deus cuida dos seus filhos, mesmo que não pertençam ao povo eleito de Israel. Deus não se conforma com nossos esquemas e discriminações. São todos seus filhos e filhas, os que vivem na Igreja e os que a deixaram. Deus não abandona ninguém.
4º Tempo Comum – C
(Lucas 4,21-30)
2 de fevereiro
José Antonio Pagola
buenasnoticias@ppc-editorial.com
Fonte: Facebook
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