“Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. O filho, então, lhe disse: Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho.
Mas o pai disse aos empregados: Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado. E começaram a festa”., (Lc 15, 20-24.)
Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como base o texto bíblico Lucas 15,1-3;11-32 (Um Pai misericordioso). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
26 Março 2025
COMO JESUS EXPERIMENTA DEUS
Jesus não queria que o povo da Galileia percebesse Deus como um rei, um senhor ou um juiz. Ele o viu como um pai incrivelmente bom. Na parábola do "bom pai", ele mostrou-lhes como imaginava Deus.
Deus é como um pai que não pensa na sua própria herança. Respeita as decisões dos seus filhos. Ele não se ofende quando um deles o dá como "morto" e pede sua parte da herança.
Ele o vê sair de casa com tristeza, mas nunca o esquece. Esse filho sempre poderá voltar para casa sem medo. Quando um dia o vê chegando faminto e humilhado, o pai fica "comovido", perde o controle e corre ao encontro do filho.
Ele esquece sua dignidade como "senhor" da família e o abraça e beija efusivamente como uma mãe. Ele interrompe sua confissão para poupá-lo de mais humilhação. Este filho já sofreu o suficiente. O pai não precisa de nenhuma explicação para aceitá-lo como filho. Não lhe impõe nenhuma punição. Não requer um ritual de purificação. Ele nem parece sentir necessidade de expressar seu perdão. Não é necessário. Ela nunca deixou de amá-lo. Ele sempre buscou o melhor para si.
O pai, ele próprio, se preocupa com a recuperação do filho. Ele lhe dá o anel da casa e o melhor vestido. Dê uma festa para a cidade inteira. Haverá um banquete, música e dança. O filho deve experimentar a boa celebração da vida com seu pai, não a falsa diversão que ele buscava entre as prostitutas pagãs.
Era assim que Jesus se sentia em relação a Deus, e é assim que ele repetiria hoje para aqueles que vivem longe dele e começam a se ver "perdidos" no meio da vida. Qualquer teologia, pregação ou catequese que esqueça esta parábola central de Jesus e nos impeça de experimentar Deus como um Pai respeitoso e bom, que acolhe seus filhos e filhas perdidos, oferecendo-lhes seu perdão gratuito e incondicional, não vem de Jesus nem transmite sua Boa Nova de Deus.
4 Quaresma – C
(Lucas 15:1-3, 11-32)
30 de março
José Antonio Pagola
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Fonte: Facebook