Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 29 de março de 2025

“Como Jesus experimenta Deus”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

 

Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. O filho, então, lhe disse: Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho.

Mas o pai disse aos empregados: Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado. E começaram a festa”., (Lc 15, 20-24.)

 

Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como base o texto bíblico Lucas 15,1-3;11-32 (Um Pai misericordioso). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

  

Por José Antonio Pagola

26 Março 2025

COMO JESUS ​​​​EXPERIMENTA DEUS

Jesus não queria que o povo da Galileia percebesse Deus como um rei, um senhor ou um juiz. Ele o viu como um pai incrivelmente bom. Na parábola do "bom pai", ele mostrou-lhes como imaginava Deus.

Deus é como um pai que não pensa na sua própria herança. Respeita as decisões dos seus filhos. Ele não se ofende quando um deles o dá como "morto" e pede sua parte da herança.

Ele o vê sair de casa com tristeza, mas nunca o esquece. Esse filho sempre poderá voltar para casa sem medo. Quando um dia o vê chegando faminto e humilhado, o pai fica "comovido", perde o controle e corre ao encontro do filho.

Ele esquece sua dignidade como "senhor" da família e o abraça e beija efusivamente como uma mãe. Ele interrompe sua confissão para poupá-lo de mais humilhação. Este filho já sofreu o suficiente. O pai não precisa de nenhuma explicação para aceitá-lo como filho. Não lhe impõe nenhuma punição. Não requer um ritual de purificação. Ele nem parece sentir necessidade de expressar seu perdão. Não é necessário. Ela nunca deixou de amá-lo. Ele sempre buscou o melhor para si.

O pai, ele próprio, se preocupa com a recuperação do filho. Ele lhe dá o anel da casa e o melhor vestido. Dê uma festa para a cidade inteira. Haverá um banquete, música e dança. O filho deve experimentar a boa celebração da vida com seu pai, não a falsa diversão que ele buscava entre as prostitutas pagãs.

Era assim que Jesus se sentia em relação a Deus, e é assim que ele repetiria hoje para aqueles que vivem longe dele e começam a se ver "perdidos" no meio da vida. Qualquer teologia, pregação ou catequese que esqueça esta parábola central de Jesus e nos impeça de experimentar Deus como um Pai respeitoso e bom, que acolhe seus filhos e filhas perdidos, oferecendo-lhes seu perdão gratuito e incondicional, não vem de Jesus nem transmite sua Boa Nova de Deus.

4 Quaresma – C

(Lucas 15:1-3, 11-32)

30 de março

José Antonio Pagola

buenasnoticias@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

sábado, 22 de março de 2025

“Por que uma figueira estéril? ” – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

E (o dono da vinha) disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave em redor e a esterque; e, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar. (Lucas 13,7-9)

 

Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como base o texto bíblico Lucas 13,1-9 (Parábola da figueira estéril)O texto é de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola e foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena conferir!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

20 Março 2025

Por que uma figueira estéril?

Jesus se esforçou de muitas maneiras para despertar a conversão das pessoas a Deus. Era a sua verdadeira paixão: chegou o momento de buscar o Reino de Deus e a sua justiça, o momento de nos dedicarmos a construir uma vida mais justa e humana, assim como Ele a quer.

De acordo com o Evangelho de Lucas, Jesus certa vez contou uma curta parábola sobre uma "figueira estéril". Ele queria desbloquear a atitude indiferente daqueles que o ouviam, praticamente sem responder ao seu chamado. A história é curta e clara.

Um proprietário de terras plantou uma figueira no meio de sua vinha. Há muito tempo ele vem buscando frutos nela. No entanto, ano após ano, a figueira tem decepcionado suas expectativas. Ali permanece, estéril, no meio do vinhedo.

O proprietário toma a decisão mais sensata. A figueira não está produzindo frutos e está absorvendo inutilmente a energia do solo. O mais sensato é cortá-lo. "Por que ele ocuparia um pedaço de terra por nada?"

Contra toda a razão, o agricultor propõe fazer todo o possível para salvá-la. Ele cavará o solo ao redor da figueira para que ela tenha a umidade necessária e adicionará esterco para que ela seja nutrida. Sustentada pelo amor, confiança e preocupação de seu cuidador, a figueira é convidada a dar frutos. Ela será capaz de responder?

A parábola foi contada para provocar nossa reação. O que é uma figueira sem figos? Por que uma vida estéril e pouco criativa? Qual é o sentido do cristianismo sem seguir Jesus na prática? Por que uma Igreja sem dedicação ao reino de Deus?

Qual é o sentido de uma religião que não muda nossos corações? Qual é o sentido da adoração sem conversão e sem uma prática que nos tranquilize e confirme nosso bem-estar? Por que nos preocupar tanto em "ocupar" um lugar importante na sociedade se não introduzimos poder transformador em nossas vidas? Por que falar sobre as "raízes cristãs" da Europa se não podemos ver os "frutos cristãos" dos seguidores de Jesus?

3 Quaresma – C

(Lucas 13:1-9)

23 de março

José Antonio Pagola

buenasnoticias@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

sábado, 15 de março de 2025

“Viver perante o Mistério” – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

    Considero que todas as reflexões que trago para este blog Indagações-Zapytania trazem uma interpretação interessante e uma visão autêntica e realista das mensagens contidas nos textos da Bíblia. Tenho muito aprazo pelos autores, cujos textos apresento aqui.

    A Palavra das Escrituras é o caminho para a libertação do ser humano como filho de Deus, e de valorização da sua dignidade. A Palavra de Deus nunca deve ser usada para formular a desinformação e, com isso, fomentar ingenuidade, hipocrisia ou falsidade.

    Esta é a ideia principal deste blog: através das boas reflexões encontrar os esclarecimentos, que possam nos ajudar a alcançar respostas melhores para as indagações que nos inquietam. Espero que, pelo menos em parte, as postagens deste blog estão cumprindo o seu objetivo.                                                                                                                                                                                                                                       (WCejnog)

 

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E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho; a ele ouvi. E, tendo soado aquela voz, Jesus foi achado só; e eles calaram-se, e por aqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto”. (Lc 9,35-36)

Hoje temos uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Lucas 9,28-36

(Transfiguração de Jesus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José António Pagola

12 de março de 2025

VIVER PERANTE O MISTÉRIO

O homem moderno começa a experimentar a insatisfação produzida no seu coração pelo vazio interior, pela trivialidade da vida quotidiana, pela superficialidade da nossa sociedade, pela falta de comunicação com o Mistério.

São muitos os que, umas vezes de forma vaga e confusa, outras vezes de forma clara e palpável, sentem uma indizível desilusão e um desencanto com uma sociedade que despersonaliza as pessoas, as esvazia internamente e as torna incapazes de se abrirem ao Transcendente.

O caminho seguido pela humanidade é fácil de descrever: aprendeu a utilizar o instrumento da sua razão com uma eficácia cada vez maior; tem conseguido acumular uma quantidade cada vez maior de dados; sistematizou os seus conhecimentos em ciências cada vez mais complexas; transformou a ciência em técnicas cada vez mais poderosas para dominar o mundo e a vida.

Esta fascinante viagem através dos séculos traz riscos. Inconscientemente, passamos a acreditar que a razão nos levará à libertação total. Não aceitamos o Mistério. E, no entanto, o Mistério está presente no mais profundo da nossa existência.

Os seres humanos querem saber e dominar tudo. Mas ele não pode conhecer e controlar nem a sua origem nem o seu destino final. E o mais racional seria reconhecer que estamos envolvidos em algo que nos transcende: devemos ver-nos humildemente dentro de um horizonte de Mistério.


Na mensagem de Jesus há um convite escandaloso aos ouvidos modernos: nem tudo se reduz à razão. O ser humano deve aprender a viver perante o Mistério. E o Mistério tem um nome: Deus, nosso “Pai”, que nos acolhe e nos chama a viver como irmãos.

Talvez o nosso maior problema seja tornarmo-nos incapazes de orar e de comunicar com um Pai. Somos órfãos e não nos conseguimos entender como irmãos. Ainda hoje, no meio das nuvens e da escuridão, podemos ouvir uma voz que nos continua a chamar: "Este é o meu filho... Escutai-o."

2 Quaresma – C

(Lucas 9:28-36)

16 de março

José António Pagola

buenasnoticias@ppc-editorial.com

 Fonte: Facebook