Considero que todas as reflexões que trago para este blog Indagações-Zapytania trazem uma interpretação interessante e uma visão autêntica e realista das mensagens contidas nos textos da Bíblia. Tenho muito aprazo pelos autores, cujos textos apresento aqui.
A Palavra das Escrituras é o caminho para a libertação do ser humano como filho de Deus, e de valorização da sua dignidade. A Palavra de Deus nunca deve ser usada para formular a desinformação e, com isso, fomentar ingenuidade, hipocrisia ou falsidade.
Esta é a ideia principal deste blog: através das boas reflexões encontrar os esclarecimentos, que possam nos ajudar a alcançar respostas melhores para as indagações que nos inquietam. Espero que, pelo menos em parte, as postagens deste blog estão cumprindo o seu objetivo. (WCejnog)
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“E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho; a ele ouvi. E, tendo soado aquela voz, Jesus foi achado só; e eles calaram-se, e por aqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto”. (Lc 9,35-36)
Hoje temos uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Lucas 9,28-36
(Transfiguração de Jesus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José António Pagola
12 de março de 2025
VIVER PERANTE O MISTÉRIO
O homem moderno começa a experimentar a insatisfação produzida no seu coração pelo vazio interior, pela trivialidade da vida quotidiana, pela superficialidade da nossa sociedade, pela falta de comunicação com o Mistério.
São muitos os que, umas vezes de forma vaga e confusa, outras vezes de forma clara e palpável, sentem uma indizível desilusão e um desencanto com uma sociedade que despersonaliza as pessoas, as esvazia internamente e as torna incapazes de se abrirem ao Transcendente.
O caminho seguido pela humanidade é fácil de descrever: aprendeu a utilizar o instrumento da sua razão com uma eficácia cada vez maior; tem conseguido acumular uma quantidade cada vez maior de dados; sistematizou os seus conhecimentos em ciências cada vez mais complexas; transformou a ciência em técnicas cada vez mais poderosas para dominar o mundo e a vida.
Esta fascinante viagem através dos séculos traz riscos. Inconscientemente, passamos a acreditar que a razão nos levará à libertação total. Não aceitamos o Mistério. E, no entanto, o Mistério está presente no mais profundo da nossa existência.
Os seres humanos querem saber e dominar tudo. Mas ele não pode conhecer e controlar nem a sua origem nem o seu destino final. E o mais racional seria reconhecer que estamos envolvidos em algo que nos transcende: devemos ver-nos humildemente dentro de um horizonte de Mistério.
Na mensagem de Jesus há um convite escandaloso aos ouvidos modernos: nem tudo se reduz à razão. O ser humano deve aprender a viver perante o Mistério. E o Mistério tem um nome: Deus, nosso “Pai”, que nos acolhe e nos chama a viver como irmãos.
Talvez o nosso maior problema seja tornarmo-nos incapazes de orar e de comunicar com um Pai. Somos órfãos e não nos conseguimos entender como irmãos. Ainda hoje, no meio das nuvens e da escuridão, podemos ouvir uma voz que nos continua a chamar: "Este é o meu filho... Escutai-o."
2 Quaresma – C
(Lucas 9:28-36)
16 de março
José António Pagola
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Fonte: Facebook
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