Abaixo, uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Lucas 12,49-53 (Fogo de amor).
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a conferir!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
13 Agosto 2025
O FOGO DO AMOR
A palavra "amor" é assustadora de se dizer. É tão prostituída que abrange o melhor e o pior, o mais sublime e o mais vil. No entanto, o amor está sempre na fonte de toda a vida saudável, despertando e fazendo crescer o melhor dentro de nós.
Quando falta o amor, falta o fogo que impulsiona a vida. Sem amor, a vida esvai-se, vegeta e, por fim, extingue-se. Quem não ama torna-se cada vez mais retraído e isolado. Gira loucamente em torno dos seus problemas e ocupações, fica preso nas armadilhas do sexo e cai na rotina do trabalho diário: falta-lhe a força motriz que impulsiona a vida.
O amor está no centro do Evangelho, não como uma lei a seguir com disciplina, mas como o "fogo" que Jesus deseja ver "arder" na Terra, para além da passividade, da mediocridade ou da rotina da boa ordem. Segundo o Profeta da Galileia, Deus está próximo de nós, procurando fazer germinar, crescer e dar fruto o amor e a justiça do Pai. Esta presença de um Deus que não fala de vingança, mas de amor apaixonado e de justiça fraterna, é o aspecto mais essencial do Evangelho.
Jesus vê o mundo repleto da graça e do amor do Pai. Esta força criadora é como um pequeno fermento que deve fermentar a massa, um fogo ardente que incendiará o mundo inteiro. Jesus sonha com uma família humana habitada pelo amor e pela sede de justiça. Uma sociedade que procura apaixonadamente uma vida mais digna e feliz para todos.
O grande pecado dos seguidores de Jesus será sempre deixar apagar o fogo: substituir o ardor do amor pela doutrina religiosa, pela ordem ou pelo cuidado do culto; reduzir o cristianismo a uma abstração disfarçada de ideologia; permitir que o seu poder transformador se perca. No entanto, a preocupação primordial de Jesus não era organizar uma nova religião ou inventar uma nova liturgia, mas sim promover um "novo ser" (P. Tillich), o nascimento de um novo homem, radicalmente movido pelo fogo do amor e da justiça.
20º Tempo Comum – C
(Lucas 12,49-53)
17 de agosto
José António Pagola
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Fonte: Facebook
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