Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 16 de agosto de 2025

“O fogo do amor”. – Reflexão de José Antonio Pagola


“Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! ”.  (Lc 12, 49)

Abaixo, uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Lucas 12,49-53 (Fogo de amor). 

É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a conferir!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

13 Agosto 2025

O FOGO DO AMOR

A palavra "amor" é assustadora de se dizer. É tão prostituída que abrange o melhor e o pior, o mais sublime e o mais vil. No entanto, o amor está sempre na fonte de toda a vida saudável, despertando e fazendo crescer o melhor dentro de nós.

Quando falta o amor, falta o fogo que impulsiona a vida. Sem amor, a vida esvai-se, vegeta e, por fim, extingue-se. Quem não ama torna-se cada vez mais retraído e isolado. Gira loucamente em torno dos seus problemas e ocupações, fica preso nas armadilhas do sexo e cai na rotina do trabalho diário: falta-lhe a força motriz que impulsiona a vida.

O amor está no centro do Evangelho, não como uma lei a seguir com disciplina, mas como o "fogo" que Jesus deseja ver "arder" na Terra, para além da passividade, da mediocridade ou da rotina da boa ordem. Segundo o Profeta da Galileia, Deus está próximo de nós, procurando fazer germinar, crescer e dar fruto o amor e a justiça do Pai. Esta presença de um Deus que não fala de vingança, mas de amor apaixonado e de justiça fraterna, é o aspecto mais essencial do Evangelho.

Jesus vê o mundo repleto da graça e do amor do Pai. Esta força criadora é como um pequeno fermento que deve fermentar a massa, um fogo ardente que incendiará o mundo inteiro. Jesus sonha com uma família humana habitada pelo amor e pela sede de justiça. Uma sociedade que procura apaixonadamente uma vida mais digna e feliz para todos.

O grande pecado dos seguidores de Jesus será sempre deixar apagar o fogo: substituir o ardor do amor pela doutrina religiosa, pela ordem ou pelo cuidado do culto; reduzir o cristianismo a uma abstração disfarçada de ideologia; permitir que o seu poder transformador se perca. No entanto, a preocupação primordial de Jesus não era organizar uma nova religião ou inventar uma nova liturgia, mas sim promover um "novo ser" (P. Tillich), o nascimento de um novo homem, radicalmente movido pelo fogo do amor e da justiça.

20º Tempo Comum – C

(Lucas 12,49-53)

17 de agosto

José António Pagola

buenasnoticias@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

  

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