Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Aproximar-nos e conhecermo-nos. Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!


Abaixo, uma reflexão curta mas muito concreta e bem atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 10, 11-18  (Jesus - Bom Pastor).
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!

WCejnog


IHU - Notícias
Sexta, 24 de abril de 2015

Aproximar-nos e conhecermo-nos

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 10, 11-18 que corresponde ao Quarto Domingo da Páscao, Ciclo B, do Ano Litúrgico.  O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Quando entre os primeiros cristãos começaram os conflitos e dissensões entre grupos e líderes diferentes, alguém sentiu a necessidade de recordar que, na comunidade de Jesus, só Ele é o Pastor bom. Não um pastor mais, mas o autêntico, o verdadeiro, o modelo a seguir por todos.

Esta bela imagem de Jesus, Pastor bom, é uma chamada à conversão, dirigida a quem pode reivindicar o título de «pastor» na comunidade cristã. O pastor que se parece a Jesus, só pensa nas suas ovelhas, não «foge» ante os problemas, não as «abandona». Pelo contrário, está junto delas, defende-as, se interessa por elas, «expõe a Sua vida» procurando o seu bem.

Ao mesmo tempo, esta imagem é uma chamada à comunhão fraterna entre todos. O Bom Pastor «conhece» as Suas ovelhas e as ovelhas «conhecem-No» a Ele. Só desde esta proximidade estreita, desde este conhecimento mútuo e esta comunhão de corações, o Bom Pastor partilha a Sua vida com as ovelhas. Para esta comunhão e mútuo conhecimento temos de caminhar também hoje na Igreja.

Nestes momentos não fáceis para a fé, necessitamos como nunca congregar forças, procurar juntos critérios evangélicos e linhas mestras de atuação para saber em que direção tem de se caminhar de forma criativa para o futuro.

No entanto, não é isto o que está sucedendo. Fazem-se algumas chamadas convencionais para viver em comunhão, mas não estamos dando passos para criar um clima de escuta mútua e diálogo. Pelo contrário, crescem as desclassificações e dissensões  entre bispos e teólogos; entre teólogos de diferentes tendências; entre movimentos e comunidades de diversas correntes; entre grupos e «blogs» de todo gênero...

Mas, talvez, o mais triste é ver como continua a crescer o distanciamento entre a hierarquia e o povo cristão.  Dir-se-ia que vivem em dois mundos diferentes. Em muitos lugares os «pastores» e as «ovelhas» apenas se conhecem. A muitos bispos não lhes resulta fácil sintonizar-se com as necessidades reais dos crentes, para oferecer-lhes a orientação e o alento que necessitam. A muitos fiéis resulta-lhes difícil sentir afeto e interesse por alguns pastores a que acham afastados dos seus problemas.

Só crentes cheios do Espírito do Bom Pastor podem ajudar-nos a criar o clima de aproximação, mútua escuta, respeito recíproco e diálogo humilde que tanto necessitamos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário