Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Viver da sua presença. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!


Tomé respondeu: 'Meu Senhor e meu Deus!." (Jo 20, 28)

Hoje trago para o blog Indagações-Zapytania uma reflexão muito bonita e atual, que tem como pano de fundo o texto Jo 20, 19-31 (Jesus ressuscitado aparece aos discípulos  amedrontados e  escondidos. As dúvidas de Tomé).
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
Vale a pena ler e refletir!

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IHU - Notícias
Sexta, 10 de abril de 2015

Viver da sua presença

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de João capítulo 20, 19-31, que corresponde ao Segundo Domingo da Páscoa ciclo B do Ano Litúrgico. 
O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o comentário.



O relato de João não pode ser mais sugestivo e interpelador. Só quando vem a Jesus ressuscitado no meio deles, o grupo de discípulos se transforma. Recuperam a paz, desaparecem os seus medos, enchem-se de uma alegria desconhecida, sentem o alento de Jesus sobre eles e abrem as portas, porque se sentem enviados a viver a mesma missão que Ele havia recebido do Pai.

A crise atual da Igreja, os seus medos e a sua falta de vigor espiritual têm a sua origem a um nível profundo. Com frequência, a ideia da ressurreição de Jesus e da sua presença no meio de nós é mais uma doutrina pensada e predicada, que uma experiência vivida.

Cristo ressuscitado está no centro da Igreja, mas a sua presença viva não está arraigada em nós, não está incorporada na substância das nossas comunidades, não nutre habitualmente os nossos projetos. Após vinte séculos de cristianismo, Jesus não é conhecido nem compreendido na Sua originalidade. Não é amado nem seguido como foi pelos Seus discípulos e discípulas.

Nota-se de seguida quando um grupo ou uma comunidade cristã se sente como habitada por essa presença invisível, mas real e ativa de Cristo ressuscitado. Não se contentam em seguir rotineiramente as diretrizes que regulam a vida eclesial. Possuem uma sensibilidade especial para escutar, buscar, recordar e aplicar o Evangelho de Jesus. São os espaços mais sãos e vivos da Igreja.

Nada nem ninguém nos podem aportar hoje a força, a alegria e a criatividade que necessitamos para enfrentarmos uma crise sem precedentes, como pode fazê-lo a presença viva de Cristo ressuscitado. Privados do Seu vigor espiritual, nós não sairemos da nossa passividade quase inata, continuaremos com as portas fechadas ao mundo moderno, seguiremos fazendo “o mandado”, sem alegria nem convicção. Onde encontraremos a força que necessitamos para recriar e reformar a Igreja?


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