“Tomé respondeu: 'Meu Senhor e meu Deus!." (Jo
20, 28)
Hoje trago para o blog Indagações-Zapytania uma
reflexão muito bonita e atual, que tem como pano de fundo o texto Jo 20, 19-31
(Jesus ressuscitado aparece aos discípulos
amedrontados e escondidos. As
dúvidas de Tomé).
É de autoria do padre e teólogo espanhol José
Antonio Pagola.
Vale a pena ler e refletir!
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IHU
- Notícias
Sexta, 10 de abril de
2015
Viver da sua presença
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de João capítulo 20, 19-31, que
corresponde ao Segundo Domingo da Páscoa ciclo B do Ano Litúrgico.
O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta
o texto.
Eis o comentário.
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O relato de João não
pode ser mais sugestivo e interpelador. Só quando vem a Jesus
ressuscitado no meio deles, o grupo de discípulos se transforma. Recuperam
a paz, desaparecem os seus medos, enchem-se de uma alegria
desconhecida, sentem o alento de Jesus sobre eles e abrem as portas,
porque se sentem enviados a viver a mesma missão que Ele havia recebido do Pai.
A crise atual da Igreja,
os seus medos e a sua falta de vigor espiritual têm a sua origem a um nível
profundo. Com frequência, a ideia da ressurreição de Jesus e da sua presença no
meio de nós é mais uma doutrina pensada e predicada, que uma
experiência vivida.
Cristo ressuscitado está
no centro da Igreja, mas a sua presença viva não está arraigada em nós, não
está incorporada na substância das nossas comunidades, não nutre habitualmente
os nossos projetos. Após vinte séculos de cristianismo, Jesus não é
conhecido nem compreendido na Sua originalidade. Não é amado nem
seguido como foi pelos Seus discípulos e discípulas.
Nota-se de seguida
quando um grupo ou uma comunidade cristã se sente como habitada por essa
presença invisível, mas real e ativa de Cristo ressuscitado. Não se
contentam em seguir rotineiramente as diretrizes que regulam a vida eclesial.
Possuem uma sensibilidade especial para escutar, buscar, recordar e aplicar o
Evangelho de Jesus. São os espaços mais sãos e vivos da Igreja.
Nada nem ninguém nos
podem aportar hoje a força, a alegria e a criatividade que necessitamos para
enfrentarmos uma crise sem precedentes, como pode fazê-lo a presença viva de
Cristo ressuscitado. Privados do Seu vigor espiritual, nós não
sairemos da nossa passividade quase inata, continuaremos com as portas fechadas
ao mundo moderno, seguiremos fazendo “o mandado”, sem alegria nem
convicção. Onde encontraremos a força que necessitamos para recriar e
reformar a Igreja?
Fonte: IHU - Notícias
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