Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Sem Jesus não é possível. – Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!



“Disse-lhes Simão Pedro: “Vou pescar”. Responderam-lhe eles: “Também nós vamos contigo”. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam.” (Jo 21,3)


O comentário que trago hoje para o blog Indagações, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito bom e bem atual, sobretudo para as pessoas engajadas nos serviços dentro da Igreja.  Tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 21, 1-19 (Jesus ressuscitado aparece aos discípulos na beira do lago da Galiléia).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler e interiorizar o conteúdo.
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IHU - Notícias
sexta, 08 de abril de 2016

Sem Jesus não é possível
                       

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo João, capítulo 21, 1-19, que corresponde ao Terceiro Domingo de Páscoa, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

O encontro de Jesus ressuscitado com seus discípulos junto ao lago da Galileia está descrito com clara intenção catequética. No relato está subjacente o simbolismo central da pesca no meio do mar. Sua mensagem não pode ser mais atual para os cristãos: apenas a presença de Jesus Ressuscitado pode dar eficácia ao trabalho evangelizador dos discípulos.

O relato descreve, em primeiro lugar, o trabalho que os discípulos levam a cabo na escuridão da noite. Tudo começa com uma decisão de Simão Pedro: «Vou pescar». Os discípulos restantes aderem a ele: «Também nós vamos contigo». Estão de novo juntos, mas falta Jesus. Saem para pescar, mas não embarcam escutando a sua chamada, mas sim seguindo a iniciativa de Simão Pedro.

O narrador deixa claro que este trabalho se realiza de noite e resulta infrutuoso: «aquela noite não colheram nada». A «noite» significa, na linguagem do evangelista, a ausência de Jesus que é a Luz. Sem a presença de Jesus ressuscitado, sem o seu alento e a sua palavra orientadora, não há evangelização fecunda.

Com a chegada do amanhecer, Jesus apresenta-se. Desde a margem, comunica-se por meio da Palavra. Os discípulos não sabem que é Jesus, só o reconhecem quando, seguindo docilmente suas indicações, logram um entendimento surpreendente. Aquilo só se pode dever a Jesus, o Profeta que um dia os chamou para serem «pescadores de homens».

A situação de não poucas paróquias e comunidades cristãs é crítica. As forças diminuem. Os cristãos mais comprometidos multiplicam-se para abarcar todo o tipo de tarefas: sempre os mesmos e os mesmos para tudo. Temos de continuar intensificando os nossos esforços e procurando o rendimento a qualquer preço, ou temos de nos deter para cuidar melhor da presença viva do Ressuscitado no nosso trabalho?

Para difundir a Boa Nova de Jesus e colaborar eficazmente no seu projeto, o mais importante não é «fazer muitas coisas», mas cuidar melhor da qualidade humana e evangélica do que fazemos. O decisivo não é o ativismo, mas sim o testemunho de vida que nós, os cristãos, possamos irradiar.

Não podemos ficar na «epiderme da fé». É o momento de cuidar, antes de qualquer coisa, do essencial. Enchemos as nossas comunidades de palavras, textos e escritos, mas o decisivo é que, entre nós, se escute a Jesus. Fazemos muitas reuniões, mas a mais importante é a que nos congrega cada domingo para celebrar a Ceia do Senhor.  Só nele se alimenta a nossa força evangelizadora.



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