Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Não à guerra entre nós. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!


Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:  "Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus."  (Mt 5, 17-19)
  
O comentário que trago hoje para o blog Indagações, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito concreto e atual. Tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 5, 17-37 (Jesus esina os seus seguidores).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Não deixe de ler.
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IHU - Adital
10 fevereiro 2017.

Não à guerra entre nós.

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo Mateus 5, 17-37, que corresponde ao Sexto Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Os judeus falavam com orgulho da Lei de Moisés. Segundo a tradição, foi Deus que a ofereceu a seu povo. É o melhor que receberam Dele. Nessa Lei, acha-se a vontade do único Deus verdadeiro. Aí podem encontrar tudo o que necessitam para serem fiéis a Deus.

Para Jesus, também a Lei é importante, mas já não ocupa o lugar central. Ele vive e comunica outra experiência: está a chegar o reino de Deus; o Pai procura abrir um caminho entre nós para fazer um mundo mais humano. Não basta nos contentarmos em cumprir a Lei de Moisés. É necessário abrir-nos ao Pai e colaborar com Ele para fazer a vida mais justa e fraterna.

Por isso, segundo Jesus, não basta cumprir a Lei, que ordena «não matarás». É necessário, também, arrancar da nossa vida a agressividade, o desprezo pelo outro, os insultos ou as vinganças. Aquele que não mata cumpre a Lei, mas, se não se liberta da violência, no seu coração não reina ainda esse Deus que procura construir conosco uma vida mais humana.

Conforme alguns observadores, está se espalhando na sociedade atual uma linguagem que reflete o crescimento da agressividade. Cada vez são mais frequentes os insultos ofensivos, proferidos tão somente para humilhar, desprezar e ferir. Palavras nascidas da rejeição, do ressentimento, do ódio ou da vingança.

Por outro lado, as conversações estão frequentemente tecidas de palavras injustas que distribuem condenações e semeiam suspeitas. Palavras ditas sem amor e sem respeito que viciam a convivência e fazem mal. Palavras nascidas quase sempre da irritação, da mesquinhez ou da baixeza.

Esta não é uma situação que se dê apenas na convivência social. É também um grave problema no interior da Igreja atual. O papa Francisco sofre ao ver divisões, conflitos e confrontos de «cristãos em guerra contra outros cristãos». É um cenário tão contrário ao Evangelho que ele sentiu a necessidade de nos dirigir uma chamada urgente: «Não à guerra entre nós».

Assim fala o Papa: “Dói-me comprovar como em algumas comunidades cristãs, e entre pessoas consagradas, consentimos diversas formas de ódios, calúnias, difamações, vinganças, ciúmes, desejo de impor as próprias ideias à custa de qualquer coisa e até perseguições que parecem uma implacável caça às bruxas. A quem vamos evangelizar com esses comportamentos?”. O Papa trabalha por uma Igreja na qual «todos podem admirar como vos cuidais uns aos outros, como vos dais alento mutuamente e como vos acompanhais».



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