Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quarta-feira, 19 de julho de 2017

100 Anos das Irmãs Beneditinas Missionárias


Neste ano (2017) a Congregação das Irmãs Beneditinas Missionárias celebra uma data muito especial: 100 anos da sua existência.  
Por conhecer essa Congregação e o seu lindo trabalho pastoral e missionário quero deixar aqui, no blog Indagações-Zapytania, a minha homenagem a todas as Irmãs Beneditinas Missionárias. O fato de eu ter uma tia - Ir. Karolina (já falecida), e duas de minhas irmãs de sangue: Ir. Sylwia e Ir. Irena como membros dessa Congregação, constitui mais um forte motivo para fazer a presente postagem.
Os vídeos (apenas alguns) preparados pelas Irmãs e uma curta história da sua Congregação que publico abaixo podem servir como fonte de informações para conferir ou conhecer para as pessoas que estiverem interessadas.


Parabéns a todas às Irmãs Beneditinas Missionárias! Parabéns à sua Congregação! Que Deus abençoe sempre essa família religiosa maravilhosa que Vocês são!

WCejnóg

Vídeo Trailer



Casa Geral em Otwock - Polônia



 Beneditinas no Brasil

USA   

Ecuador 

História da Congregação

24 de junho de 2017
100 anos de Beneditinas Missionárias


A Congregação das Irmãs Beneditinas Missionárias, que este ano comemora 100 anos de existência, foi fundada nas antigas fronteiras, na região dominada e ocupada pela Rússia. Naquele período da história, a Polónia foi dividida entre as potências Rússia, Prússia e Áustria, e encontrava-se sob a ocupação das mesmas.

O governo czarista  estava empenhado em liquidar as ordens e congregações religiosas. Somente a partir de 1905 houve uma maior liberdade. Porém, não demorou muito e, em 1914, começou a I Guerra Mundial e, em 1917, a Revolução na Rússia. Nesse mesmo ano (1917) surgiu uma nova congregação religiosa na localidade Biala Cerkiew  junto a uma, já existente creche para as crianças.


Foi fundada pela Madre Jadwiga Józefa Kulesza, que nasceu em 1859 em Karabelówka, na região Podole.

Józefa Kulesza era uma dos cinco filhos  de Michalina e José.  Após a morte de seu pai, junto com a sua família viveu em Kiev, onde estudou e se formou. Por algum tempo foi morar nos Estados Unidos, onde morava o seu irmão. Quando tinha 35 anos, Józefa entrou no Convento Santa Catarina em Vilnius (hoje é capital da Lituânia), que era convento de beneditinas, e ali  ela  recebeu o nome religioso: Jadwiga. Noviciado tinha de ser feito em segredo, porque o convento em Vilnius não podia aceitar candidatas. Apesar  de proibição Ir.  Jadwiga estava em Vilnius durante vários anos e no dia 07 de Março de 1902, nas mãos da Madre Anna Gabriela Houvalt,  proferiu os  votos religiosos. Depois disso, alguns próximos anos ela passou secretamente em diferentes conventos.

Nos anos 1907-1910 estava em Roma, onde conheceu Madre Kolumba Gabriel (hoje bem-aventurada), fundadora das  Irmãs Beneditinas de Caridade (Benedittine di Caritam).  Ir. Jadwiga decidiu, então, se juntar à obra de Madre Kolumba. Em seguida Madre Kolumba enviou Ir. Jadwiga  para a sua cidade natal na região Podole, para organizar  ali uma filial  dessa congregação italiana. Isso aconteceu em 1912, que ainda era um tempo difícil  para se fundar novas congregações religiosas e era proibido iniciar ou construir novas casas. Restava, então, trabalhar na clandestinidade. Ali, na região Podole, Ir. Jadwiga conheceu a senhora  Jadwiga  Aleksandrowicz, uma pequena proprietária de terra que fundou um orfanato na localidade Biala Cerkiew e precisava de ajudantes para continuar esse trabalho.

Ir. Jadwiga  assumiu então o trabalho com as crianças órfãs e começou a aceitar candidatas para trabalhar junto.  Com a aprovação do bispo local Dom Inácio Dubowski em 24 de junho de 1917 foi realizada pela primeira vez a cerimônia de entrega de vestes (hábito) durante qual essas candidatas receberam hábito de religiosas. Por esta razão, a festa de São João Batista é considerada o dia de fundação de uma nova família religiosa.  Madre fundadora incutiu  à nova congregação a espiritualidade beneditina, o culto ao Santíssimo  Coração de Jesus e o zelo apostólico que deveria ser visivível sobretudo no trabalho dedicado a cuidar e educar as crianças abandonadas.


A Congregação existia pacificamente em Biala Cerkiew apenas três anos. Após a guerra polonesa-soviética, em 1920 a localidade Biala Cerkiew ficou do lado da União Soviética, onde foi intensificada a perseguição. É nessa hora que as irmãs saíram de sua casa materna e mudaram-se  para a localidade Volyn perto da cidade de  Kovel. Ali assumiram o trabalho com as crianças órfãs e pobres, organizando o orfanato e creche. Podiam realizar o seu trabalho graças a ajuda da população local. O número de irmãs aumentava devido ao aumento  de novas vocações.

Devido aos  recursos obtidos a partir de angariação de ajuda  nos Estados Unidos, foi possível construir um novo orfanato em Lutsk (Łuck - hoje Ucrânia), que se tornou  Casa Geral da Congregação. Em 1928 o bispo Dom Adolf Szelążek aprovou a Congregação e confirmou-lhe o direito diocesano, o que significava a possibilidade de profissão de votos temporários e, 10 anos depois, emitiu o decreto permitindo a apresentação de votos perpétuos.


O período de Kovel da história da Congregação das Irmãs Beneditinas  desde o início foi marcado por atrito interno sobre a forma e o estilo de vida da nova comunidade. Como resultado de mal-entendidos, a fundadora deixou a Congregação em 1921 por não concordar com a proposta sugerida pelas irmãs e também com a visão da autoridade eclesiástica local  em relação a esta nova Comunidade. Os seus  objetivos futuros e o desejo de iniciar uma nova casa da congregação na Italia tornaram-se fontes de insucessos.

Depois de vários anos de peregrinação no exílio,  a pedido das irmãs, Madre Jadwiga voltou para Kovel em 1927. Os últimos anos da sua vida ela passou em Lutsk, onde permaneceu até sua morte, que ocorreu no dia da festa da Páscoa em 05 de abril de 1931.

Com os recursos  angariados nos EUA e também em todo o país foi possível construir um orfanato em Kovel, e com o aumento no número de irmãs também foram fundadas novas casas - inicialmente apenas na Diocese de Lutsk: em Mizocz, Berezno, Horochow e  Kiwerce. Neste campo mostrou-se muito competente  Ir.  Klara Staszczak.


Em 1939 foi fundada a primeira filial  fora da Diocese de Lutsk, em Borkowice, na Diocese de Sandomierz (hoje, diocese de Radom). Esta era a única casa que  sobreviveu as mudanças no período da guerra. Durante a Segunda Guerra Mundial foi iniciada e estabelecida a casa em Huntington nos EUA, porque as irmãs  que estavam lá  trabalhando para arrecadar  os recursos, não podiam  retornar ao país. Foi neste período que elas receberam como presente da Polônia americana uma pequena propriedade com  uma casa de madeira e  ali começaram a sua atividade.

Após o início da Segunda Guerra Mundial e a ocupação dos territórios orientais pelas tropas soviéticas, as irmãs foram removidas de suas casas, foram obrigadas a usar as roupas comuns (foram  proibidas usar hábito) e tinham que procurar abrigo em casas particulares.

Elas  aceitavam outros e diferentes empregos para sobreviver e assim evitar serem deportadas para a Sibéria. Durante a ocupação alemã as irmãs desenvolveram trabalhos filantrópicos, especialmente em Lutsk e Kovel. Organizaram  cozinha para distribuir comida aos famintos; uma  enfermaria e abrigo  para crianças e idosos; ajudavam os prisioneiros, dedicavam-se à educação na clandestinidade. 

Duas irmãs: ir. Klara Staszczak e Ir. Josefa  Domdalska, estavam participando como agentes secretos de AK (AK - Exército Nacional). Após o fim da Segunda Guerra Mundial, devido à reformulação da fronteira oriental com a Polônia no rio Bug, a cidade Volyn ficou sob o domínio Soviético. Continuação de atividades e até mesmo a  própria existência da Congregação não era mais  possível. As irmãs junto com as crianças e idosos sairam de lá  e pararam inicialmente em Lublin, onde deixaram os idosos e uma parte das crianças em instituições. Com o resto das crianças dirigiram-se para Pulawy e Końskowola, e ali  estabeleceram instituições para cuidar de crianças e de idosos. Algumas irmãs com um grupo de crianças sairam de Łuck algum tempo mais  tarde e chegaram a cidade de Zagórów.


Em 1946, a convite de um pároco de uma das paróquias de Kwidzyn, as irmãs assumiram as  atividade em Kwidzyn e para lá transferiram a Administração  da Congregação.

Após a Segunda Guerra Mundial, as  autoridades comunistas impostas aos poloneses procuravam destruir a Igreja, incluindo ordens e congregações religiosas. Houve inúmeras manifestações de perseguição que intensificavam-se em vários períodos. Na virada do ano 1952/1953, duas das nossas irmãs de Kwidzyn: Ir.  Urszula Wąsowicz e  Ir. Stanisława Rymarz, foram aprisionadas  durante alguns meses  por bordar na bandeira a águia com coroa.

Em 1951 foram liquidados orfanatos e  asílos em Kwidzyn  e Zagórów. Em Pulawy e  Elk  as casas-lares  de crianças foram convertidas em institutos especiais. Em 1962 oficialmente foram  liquidadas creches dirigidas pelas irmãs. Em Kwidzyn irmãs tinham que deixar o trabalho na ala infantil do hospital. Houve constante perseguição e assédio por parte das autoridades comunistas, especialmente contra a Casa Geral de Kwidzyn, através de imposição de grandes impostos sobre a propriedade. Sem a permissão das autoridades estatais não podiam fazer  nenhuma construção ou reforma, e era muito difícil conseguir a necessária autorização.

Tempos melhores vieram após 1970. Ao longo desse período  foram criadas novas filiais  em diferentes partes do país, bem como no exterior:   já mencionada casa nos EUA, e mais tarde na Líbia (1976-1997), no Brasil (1985), e no Equador (1996) . Em 1977 as irmãs também retornaram à Ucrânia, onde inicialmente trabalharam clandestinamente,  usando roupas comuns (e não o hábito). Somente quando houve ,em  1991,  o funeral da irmã Klara Staszczak, que iniciou a revitalização da Congregação na Ucrânia,  as irmãs usaram hábitos. A partir de 1992  na Ucrânia existe a  Regional  da Congregação.


Dia 23 de fevereiro de 1962 foi realizado o ato de agregação da Congregação  junto a Ordem de são Bento, isto é, uma maior união com as comunidades beneditinas e, com isso,  a possibilidade de participar dos privilégios espirituais resultantes. 01 de novembro de 1979 a Congregação foi confirmada  com o decreto de direito pontifício, durante o pontificado de João Paulo II. Em 1986 a  Casa Geral de Kwidzyn foi transferida para Otwock, e assim se encontra até hoje.
Atualmente  há 280 Beneditinas Missionárias no mundo. Temos 22 casas religiosas na Polônia e 20 no exterior. No exterior:  12 na Ucrânia, 3 nos EUA, 3 no Brasil e 2 no Equador.

24 junho de 2017 comemoramos o CENTENÁRIO! Então, este é para nós o ano inteiro de Jubileu!

Nós nos preparamos para esta festa durante os últimos  9 anos através da grande novena, realizando nesse tempo várias iniciativas, incluindo vigílias de oração anuais em um dos santuários em nosso país.

A última vigília ocorreu na noite de 18 para 19 de março (2017) no mosteiro de  Jasna Góra. Termina assim o tempo de preparação e começa o tempo de celebração. Para nós, isso significa principalmente o tempo de expressar gratidão a Deus pelas graças, e a gratidão às pessoas boas, aos amigos e benfeitores pela generosa ajuda e bondade. Agradecemos a  todos do fundo do coração e convidamos a participar da nossa alegria por ocasião do Jubileu de 100 anos do nascimento da Congregação das Irmãs Beneditinas Missionárias.

Temos certeza de que isso será sobretudo um tempo muito especial para experimentar a presença de Deus e a sua ação na vida de nossa família religiosa, de  cada comunidade e  de cada uma das irmãs. Estaremos incluindo em nossas orações e  pedindo os dons do Sagrado Coração de Jesus  não só para nós, mas também para toda a Igreja,  para o mundo, e para todos esses povos entre os quais trabalhamos e para os quais o Senhor ainda nos enviará.

Texto em polonês: Ir. Dobrawa Piaścik OSB. 
(Tradução livre, mas fiel desse texto, tirado do site http://diecezja.waw.pl/5400 - WCejnóg)


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