Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 28 de julho de 2017

A decisão mais importante. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!


O reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; e, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.”  (Mt 13, 45-46)

Hoje, mais uma bonita reflexão, muito atual e importante. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Mt 13, 44-52 (Jesus serve-se de parábolas para falar do reino de Deus). Já foi publicada anteriormente neste espaço (em julho de 2014), mas continua muito atual. 
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!
WCejnóg


IHU - ADITAL
28 julho 2017.

A decisão mais importante

28 julho 2017.

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 13,44-52 que corresponde ao 17º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antônio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

O evangelho recolhe duas breves parábolas de Jesus com uma mesma mensagem. Em ambos os relatos, o protagonista descobre um tesouro muito valioso ou uma pérola de valor incalculável. E nos dois reage do mesmo modo: vende com alegria e decididamente o que tem e fica com o tesouro ou a pérola. Segundo Jesus, assim reagem os que descobrem o reino de Deus.

Ao que parece, Jesus teme que as pessoas o sigam por diferentes interesses, sem descobrir o mais atrativo e importante: esse projeto apaixonante do Pai que consiste em conduzir a humanidade para um mundo mais justo, fraterno e ditoso, encaminhando-o assim para a sua salvação definitiva em Deus.

Que podemos dizer hoje depois de vinte séculos de cristianismo? Por que tantos cristãos bons vivem fechados na sua prática religiosa com a sensação de não ter descoberto nela nenhum «tesouro»? Onde está a raiz última dessa falta de entusiasmo e alegria em não poucos âmbitos da nossa Igreja, incapaz de atrair para o núcleo do Evangelho a tantos homens e mulheres que se vão afastando dela, sem renunciar por isso a Deus nem a Jesus?

Depois do Concílio, Paulo VI fez esta afirmação rotunda: «Só o reino de Deus é absoluto. Todo o resto é relativo». Anos mais tarde, João Paulo II reafirmou dizendo: «A Igreja não é ela o seu próprio fim, pois está orientada para o reino de Deus, do qual é origem, sinal e instrumento». O papa Francisco vem repetindo: «O projeto de Jesus é instaurar o reino de Deus».

Se esta é a fé da Igreja, por que há cristãos que nem sequer ouviram falar desse projeto que Jesus chamava «reino de Deus»? Porque não sabem que a paixão que animou toda a vida de Jesus, a razão de ser e o objetivo de toda a sua atuação, foi de anunciar e promover esse projeto humanizador do Pai: procurar o reino de Deus e a Sua justiça?

A Igreja não pode renovar-se a partir da sua raiz se não descobre o «tesouro» do reino de Deus. Não é o mesmo chamar os cristãos a colaborar com Deus no Seu grande projeto de fazer um mundo mais humano que viver distraídos em práticas e costumes que nos fazem esquecer o verdadeiro núcleo do Evangelho.

O papa Francisco diz-nos que «o reino de Deus nos reclama». Este grito chega-nos desde o coração mesmo do Evangelho. Temos de o escutar. Seguramente, a decisão mais importante que temos de tomar hoje na Igreja e nas nossas comunidades cristãs é a de recuperar o projeto do reino de Deus com alegria e entusiasmo.

Fonte:  IHU - Comentário do Evangelho



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