Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 21 de julho de 2017

A importância do pequeno. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.(Mt 13, 33)

O comentário que trago hoje para o blog Indagações, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito concreto e atual. Tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 13, 24-43  (Jesus fala em parábolas às multidões).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler.
WCejnóg



IHU - ADITAL
21 julho 2017.

A importância do pequeno

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 13,24-43 que corresponde ao 16º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Ao cristianismo foi muito prejudicial ao longo dos séculos o triunfalismo, a sede de poder e a ânsia de impor-se aos seus adversários. Todavia há cristãos que anseiam por uma Igreja poderosa que encha os templos, conquiste as ruas e imponha a sua religião a toda a sociedade.

Temos de voltar a ler as pequenas parábolas em que Jesus deixa claro que a tarefa dos seus seguidores não é construir uma religião poderosa, mas colocar-se a serviço do projeto humanizador do Pai - o reino de Deus - semeando pequenas «sementes» de Evangelho e introduzindo-as na sociedade como pequeno «fermento» de uma vida humana.

A primeira parábola fala de um grão de mostarda que se semeia na horta. Que tem de especial esta semente? Que é a mais pequena de todas, mas, quando cresce, converte-se num arbusto maior que as hortaliças. O projeto do Pai tem um início muito humilde, mas a sua força transformadora não podemos agora nem imaginar.

A atividade de Jesus na Galileia semeando gestos de bondade e de justiça não é nada de grandioso nem espetacular: nem em Roma nem no Templo de Jerusalém são conscientes do que está sucedendo. O trabalho que realizamos hoje seus seguidores parece insignificante: os centros de poder o ignoram.

Inclusive os mesmos cristãos podemos pensar que é inútil trabalhar por um mundo melhor: o ser humano volta uma e outra vez a cometer os mesmos horrores de sempre. Não somos capazes de captar o lento crescimento do reino de Deus.

A segunda parábola fala de uma mulher que introduz um pouco de levedura numa grande massa de farinha. Sem que ninguém saiba como, a levedura vai trabalhando silenciosamente a massa até a fermentar inteiramente.

Assim sucede com o projeto humanizador de Deus. Uma vez que é introduzido no mundo, vai transformando silenciosamente a história humana. Deus não atua impondo-se a partir de fora. Humaniza o mundo atraindo as consciências dos seus filhos para uma vida mais digna, justa e fraterna.

Temos de confiar em Jesus. O reino de Deus sempre é algo humilde e pequeno nos seus inícios, mas Deus está já a trabalhar entre nós promovendo a solidariedade, o desejo de verdade e de justiça, a ânsia de um mundo mais ditoso. Temos de colaborar com Ele seguindo Jesus.

Uma Igreja menos poderosa, mais desprovida de privilégios, mais pobre e mais próxima dos pobres sempre será uma Igreja mais livre para semear sementes de Evangelho e mais humilde para viver no meio das pessoas como fermento de uma vida mais digna e fraterna.



Nenhum comentário:

Postar um comentário