Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Jesus aquele que cura. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!


“ Nesse momento, estava na sinagoga um homem possuído por um espírito mau, que começou a gritar:  «Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!».  Jesus ameaçou o espírito mau: «Cale-se, e saia dele!»  Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu dele.  Todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: «O que é isso? Um ensinamento novo, dado com autoridade… Ele manda até nos espíritos maus e eles obedecem!.” (Mc, 1,23-27)

Hoje, uma excelente reflexão, muito concreta e atual. Pode ajudar muito a quem realmente gostaria de entender melhor o episódio do Evangelho segundo Marcos, em que, na sinagoga, Jesus cura um homem possuído pelo espírito imundo. (Texto: Mc 1, 21-28).   É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler!
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IHU – Adital
26 Janeiro 2017.

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,21-28 que corresponde ao Quarto Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Segundo Marcos, a primeira atuação pública de Jesus foi a cura de um homem possuído por um espírito maligno na sinagoga de Cafarnaum. É uma cena impressionante, narrada para que, desde o início, os leitores descobrem o poder de cura e de libertação de Jesus.

É sábado e o povo encontra-se reunido na sinagoga para escutar o comentário da Lei explicado pelos escribas. Pela primeira vez Jesus vai proclamar a Boa Nova de Deus precisamente no local onde se ensina oficialmente ao povo as tradições religiosas de Israel.

As pessoas ficam surpreendidas ao escutá-Lo. Têm a impressão de que até agora escutaram notícias velhas, ditas sem autoridade. Jesus é diferente. Não repete o que ouviu a outros. Fala com autoridade. Anuncia com liberdade e sem medos um Deus bom.

De repente, um homem põe-se a gritar: “Vieste destruir-nos?”. Ao escutar a mensagem de Jesus sentiu-se ameaçado. O seu mundo religioso desmorona-se. Diz-nos que está possuído por um «espírito imundo», hostil a Deus. Que forças estranhas o impedem de continuar a escutar Jesus? Que experiências más e perversas bloqueiam o caminho até o Deus bom que anuncia Jesus?

Jesus não se acovarda. Vê o pobre homem oprimido pelo mal e grita: “Cala-te e sai deste homem!”.  Ordena que se calem essas vozes malignas que não lhe deixam encontrar-se com Deus nem consigo mesmo. Que recupere o silêncio que cura o mais profundo do ser humano.

O narrador descreve a cura de forma dramática. Num último esforço para destruí-lo, o espírito «retorceu violentamente e, fazendo um forte alarido, saiu dele». Jesus conseguiu libertar o homem da sua violência interior. Colocou um fim às trevas e ao medo a Deus. Daqui em diante poderá escutar a Boa Nova de Jesus.

Não poucas pessoas vivem no seu interior imagens falsas de Deus que lhes fazem viver sem dignidade e sem verdade. Sentem-no, não como uma presença amistosa que convida a viver de forma criativa, mas como uma sombra ameaçadora que controla a sua existência. Jesus sempre começa a curar-nos libertando-nos de um Deus opressor.

As Suas palavras despertam a confiança e fazem desaparecer os medos. As Suas parábolas atraem para o amor de Deus, não para a submissão cega da Lei. A Sua presença faz crescer a liberdade, não os servilismos; suscita o amor à vida, não o ressentimento. Jesus cura porque nos ensina a viver apenas da bondade, do perdão e do amor, que não exclui ninguém. Cura, porque nos liberta do poder das coisas, do autoengano e da egolatria.

Fonte: IHU - Comentário do Evangelho


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