Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Outro mundo é possível. Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!



E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho do reino de Deus, e dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho."  (Mc 1, 14-15)

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito concreta e atual. Tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 1,14-20  (depois que Batista foi preso, Jesus começa a pregar a boa nova do reino de Deus, chamando os primeiros discípulos).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Muito bom. Vale a pena ler.
WCejnóg


IHU – ADITAL
19 Janeiro 2018 
Outro mundo é possível
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,14-20 que corresponde ao Terceiro Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Não sabemos com certeza como reagiram os discípulos de Batista quando Herodes Antipas o encarcerou na fortaleza de Maqueronte. Conhecemos a reação de Jesus. Não ficou no deserto. Tampouco se refugiou entre Seus familiares de Nazaré. Começou a percorrer as aldeias da Galileia predicando uma mensagem original e surpreendente.

O evangelista Marcos resume dizendo que “partiu para a Galileia proclamando a boa nova de Deus”. Jesus não repete a predicação do Batista nem fala do seu batismo no Jordão. Anuncia Deus como algo novo e bom. Esta é sua mensagem.

“Cumpriu-se o prazo”.

O tempo de espera que se vive em Israel acabou. Terminou também o tempo do Batista. Com Jesus começa uma era nova. Deus não quer deixar-nos sós ante nossos problemas, sofrimentos e desafios. Quer construir junto conosco um mundo mais humano.

“Está a chegar o reino de Deus”.

Com uma audácia desconhecida, Jesus surpreende a todos anunciando algo que nenhum profeta havia se atrevido a declarar: “Já está aqui Deus, com a força criadora da Sua justiça, tratando de reinar entre nós”. Jesus experiencia Deus como uma Presença boa e amistosa que abrira caminho entre nós para humanizar a nossa vida.

Por isso toda a vida de Jesus é uma chamada à esperança. Há uma alternativa. Não é verdade que a história tenha que seguir pelos caminhos da injustiça que lhe trazem os poderosos da terra. É possível um mundo mais justo e fraterno. Podemos modificar a trajetória da história.

“Convertei-vos”.

Já não é possível viver como se nada estivesse a acontecer. Deus pede a seus filhos colaboração. Por isso grita Jesus: “Mudai a forma de pensar e de atuar”.  São as pessoas as que primeiro temos de mudar. Deus não impõe nada pela força, mas a atrai nossas consciências para uma vida mais humana.

“Acreditai nesta boa nova”.

Tomai a sério. Despertai da indiferença. Mobilizai as vossas energias. Acreditai que é possível humanizar o mundo. Acreditai na força libertadora do Evangelho. Acreditai que é possível a transformação. Introduz no mundo a confiança.

Que temos feito desta mensagem apaixonante de Jesus? Como o podemos esquecer? Com que o temos substituído? Em que estamos a nos entreter se o primeiro é “procurar o reino de Deus e a sua justiça”? Como podemos viver tranquilos observando que o projeto criador de Deus, de uma terra cheia de paz e de justiça, está sendo aniquilado pelos homens?

Fonte: IHU – Comentário doEvangelho



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