Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 13 de julho de 2018

“Nova etapa evangelizadora.” – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito atual e bem concreta. Tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 6, 7-13 (Jesus envia os seus discípulos em missão).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler.
WCejnóg


IHU – ADITAL
13 Julho 2018

Nova etapa evangelizadora

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 6,7-13 que corresponde ao 15° Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

O papa Francisco está a chamar-nos para uma «nova etapa evangelizadora marcada pela alegria de Jesus». Em que pode consistir? Onde pode estar a sua novidade? Que temos de mudar? Qual foi realmente a intenção de Jesus ao enviar os seus discípulos a prolongar a Sua tarefa evangelizadora?

O relato de Marcos deixa claro que só Jesus é a fonte, o inspirador e o modelo da ação evangelizadora dos Seus seguidores. Não farão nada em nome próprio. São «enviados» de Jesus. Não predicarão sobre si mesmos: anunciarão o Seu Evangelho. Não terão outros interesses: só se dedicarão a abrir caminhos para o reino de Deus.

A única maneira de impulsionar uma «nova etapa evangelizadora marcada pela alegria de Jesus» é purificar e intensificar esta vinculação com Jesus. Não haverá nova evangelização se não há novos evangelizadores, e não haverá novos evangelizadores se não há um contato mais vivo, lúcido e apaixonado com Jesus. Sem Ele faremos tudo, menos introduzir o Seu Espírito no mundo.

Ao enviá-los, Jesus não deixa os Seus discípulos abandonados às suas forças.  Dá-lhes o Seu «poder», que não é um poder para controlar, governar ou dominar os outros, mas a Sua força para «expulsar espíritos imundos», libertando as pessoas do que as escraviza, oprime e desumaniza.

Os discípulos sabem muito bem do que Jesus os encarrega. Nunca o viram a governar ninguém. Sempre o conheceram curando feridas, aliviando o sofrimento, regenerando vidas, libertando de medos, contagiando confiança em Deus. «Curar» e «libertar» são tarefas prioritárias na atuação de Jesus. Dariam um rosto radicalmente diferente à nossa evangelização.

Jesus envia-os com o necessário para caminhar. Segundo Marcos, só levarão bastão, sandálias e uma túnica. Não necessitam nada mais para serem testemunhas do essencial. Jesus quer vê-los livres e sem estarem atados; sempre disponíveis, sem instalar-se no bem-estar; confiando na força do Evangelho.

Sem recuperar este estilo evangélico não há «nova etapa evangelizadora». O importante não é colocar em marcha novas atividades e estratégias, mas desprendermo-nos de costumes, estruturas e subordinações que nos estão a impedir de ser livres para contagiar o essencial do Evangelho com verdade e simplicidade.

Na Igreja temos perdido esse estilo itinerante que sugere Jesus. O Seu caminhar é lento e pesado. Não sabemos acompanhar a humanidade. Não temos agilidade para passar de uma cultura já do passado para a cultura atual. Agarramo-nos ao poder que tivemos. Enredamo-nos em interesses que não coincidem com o reino de Deus. Necessitamos conversão.



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