Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Nada disso entre nós. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!



Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos. Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos". (Mc 10, 43-45)

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito concreta e atual. Tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 10,35-45  (Os discópulos querem um lugar de honra).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Muito bom. Vale a pena ler.
WCejnóg

IHU – ADITAL
19 outubro 2018

Nada disso entre nós

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 10, 35-45 que corresponde ao 29° Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Enquanto sobem para Jerusalém, Jesus vai anunciando aos seus discípulos o destino doloroso que o espera na capital. Os discípulos não o entendem. Estão disputando entre eles os primeiros lugares. Santiago e João, discípulos desde a primeira hora, aproximam-se dele para pedir-lhe diretamente sentar-se um dia “um à Tua direita e o outro à Tua esquerda”.

Jesus fica desalentado: “Não sabeis o que pedis”. Ninguém no grupo parece entender que segui-lo de perto no seu projeto sempre será um caminho sem poder nem grandezas, mas de sacrifício e de cruz.

Entretanto, ao ficarem sabendo do atrevimento de Santiago e João, os outros dez indignam-se. O grupo está mais agitado que nunca. A ambição os divide. Jesus reúne-os a todos para deixar claro o seu pensamento.

Antes de tudo expõe-lhes o que acontece aos povos do Império romano. Todos conhecem os abusos de Antipas e das famílias herodianas na Galileia. Jesus resume assim: os que são reconhecidos como chefes utilizam o seu poder para “tiranizar” os povos, e os grandes não fazem senão “oprimir” os seus súditos. Jesus não pode ser mais categórico: “Vós, nada disso”.

Jesus não quer ver entre os seus nada semelhante: “O que queira ser grande entre vós que seja vosso servidor, e o que queira ser primeiro entre vós que seja escravo de todos”. Na sua comunidade não haverá lugar para o poder que oprime, só para o serviço que ajuda. Jesus não quer chefes sentados à sua direita e esquerda, mas servidores como Ele que dão a sua vida pelos demais.

Jesus deixa as coisas claras. Sua Igreja não se constrói a partir da imposição dos de cima, mas a partir do serviço dos que se colocam abaixo. Não cabe qualquer tipo de hierarquia em termos de honras ou de domínio. Tampouco métodos e estratégias de poder.  O serviço é o que constrói a Igreja de Jesus.

Jesus dá tanta importância ao que está a dizer que se coloca a si mesmo como exemplo, pois não veio ao mundo para exigir que o sirvam, mas “para servir e dar a Sua vida em resgate por todos”.

Jesus ensina-nos que ninguém triunfe na Igreja, que não seja para servir o projeto do reino de Deus, dando a vida pelos mais débeis e necessitados.

Os ensinamentos de Jesus não são só para os dirigentes. Desde tarefas e responsabilidades diferentes temos de comprometer-nos todos a viver com mais entrega ao serviço do seu projeto. Não necessitamos na Igreja de imitadores de Santiago e João, mas de seguidores fiéis de Jesus. Os que querem ser importantes, que se ponham a trabalhar e a colaborar.




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