“"O que devemos fazer então?",
perguntavam as multidões.
João respondia: "Quem tem duas
túnicas dê uma a quem não tem nenhuma; e quem tem comida faça o mesmo".
Alguns publicanos também vieram
para serem batizados. Eles perguntaram: "Mestre, o que devemos
fazer?" Ele respondeu: "Não cobrem nada além do que foi
estipulado".
Então alguns soldados lhe
perguntaram: "E nós, o que devemos fazer?"
Ele respondeu: "Não pratiquem extorsão nem acusem ninguém falsamente; contentem-se com o seu salário".
Ele respondeu: "Não pratiquem extorsão nem acusem ninguém falsamente; contentem-se com o seu salário".
O povo estava em grande
expectativa, questionando em seu coração se acaso João não seria o Cristo." (Lc 3, 10-15)
A reflexão que trago hoje para o blog
Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito
concreto e atual. Tem como
pano de fundo o texto bíblico Lc 3,10-18
(O que
devemos fazer?).
Foi
publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Muito
boa. Não deixe de ler.
WCejnog
IHU
– ADITAL
14
Dezembro 2018
O
que podemos fazer?
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o
Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 3,10-18 que corresponde ao 3°
Domingo de Advento, ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
A pregação do Batista abalou a consciência
de muitos. Aquele profeta do deserto dizia-lhes em voz alta o que sentiam nos
seus corações: era necessário mudar, retornar a Deus, preparar-se para receber
o Messias. Alguns se aproximaram dele com esta pergunta: o que podemos fazer?
O Batista tem ideias muito claras. Ele não
propõe adicionar às suas vidas novas práticas religiosas. Ele não pede que
fiquem no deserto fazendo penitência. Ele não fala de novos preceitos. O
Messias deve ser acolhido, olhando para os necessitados.
Não se perde em teorias sublimes ou em motivações
profundas. De forma direta, no mais puro estilo profético, resume tudo numa
fórmula genial: «Aquele que tem duas túnicas, que as distribua com quem não
tem; e quem tem comida que faça o mesmo». E nós, o que podemos fazer para
acolher Cristo no meio desta sociedade em crise?
Antes de tudo, esforçar-nos muito mais em
conhecer o que está acontecendo: a falta de informação é a primeira causa
de nossa passividade. Por outro lado, não tolerar a mentira ou o encobrimento
da verdade. Temos que saber, com toda a sua dureza, o sofrimento que está
sendo injustamente gerado entre nós.
Não é suficiente viver com golpes de generosidade.
Podemos dar passos em direção a uma vida mais sóbria. Atrever-nos a
fazer pouco a pouco a experiência de «nos empobrecermos», cortando o nosso
atual nível de bem-estar, de compartilhar com os necessitados tantas coisas que
temos e não precisamos para viver.
Podemos estar especialmente atentos àqueles que
caíram em situações graves de exclusão social: expulsos, privados de
cuidados de saúde adequados, sem renda ou qualquer recurso social...
Devemos sair instintivamente em defesa daqueles que
estão afundando na impotência e na falta de motivação para enfrentar o seu
futuro.
A partir das comunidades cristãs podemos
desenvolver diversas iniciativas para estar perto dos casos mais atrozes de
desamparo social: conhecimento concreto de situações, mobilização de pessoas
para não deixar ninguém sozinho, contribuição de recursos materiais, gestão de
possíveis ajudas...
Para muitos, são tempos difíceis. A todos vai
ser oferecida a oportunidade de humanizar o nosso consumismo louco, em nos
tornarmos mais sensíveis ao sofrimento das vítimas, crescer na solidariedade
prática, contribuir para denunciar a falta de compaixão na gestão da crise... Será a nossa maneira de receber mais verdade
de Cristo em nossas vidas.
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