Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

“Abrir novos caminhos’ - Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!



E (João) percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados;
Segundo o que está escrito no livro das palavras do profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; Endireitai as suas veredas.”  (Lc 3, 3-4)



A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito atual e bem concreta. Tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 3,1-6 (A voz que clama no deserto).

Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).



Muito boa. Vale a pena ler.

WCejnóg






IHU – ADITAL

 05 Dezembro 2018



Abrir novos caminhos



A  leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 3, 1-6 que corresponde ao 2º Domingo do Tempo de Advento, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto


Os primeiros cristãos viram na atuação do Batista o profeta que preparou decisivamente o caminho a Jesus. Por isso, ao longo dos séculos, Batista converteu-se num chamado que continua a urgir para preparar caminhos que nos permitam acolher a Jesus entre nós.


Lucas resumiu sua mensagem com este grito tomado do profeta Isaías: "Preparai o caminho do Senhor". Como escutar esse grito na Igreja de hoje? Como abrir caminhos para que os homens e mulheres do nosso tempo possam encontrar-se com Ele? Como acolhê-lo nas nossas comunidades?


O primeiro passo é tomar consciência que necessitamos de um contato muito mais vivo com a sua pessoa. Não é possível alimentar-se só de doutrina religiosa. Não é possível seguir a um Jesus convertido numa sublime abstração. Necessitamos nos sintonizar vitalmente com Ele, deixar-nos atrair pelo Seu estilo de vida, contagiar-nos pela Sua paixão por Deus e pelo ser humano.


No meio do “deserto espiritual” da sociedade moderna, temos de entender e configurar a comunidade cristã como um lugar onde se acolhe o Evangelho de Jesus. Viver a experiência de reunirmos crentes, menos crentes, pouco crentes e até não crentes, em torno do relato evangélico de Jesus. Dar a Ele a oportunidade de que penetre com a sua força humanizadora nos nossos problemas, crises, medos e esperanças.

Não podemos esquecer. Nos evangelhos não aprendemos doutrina acadêmica sobre Jesus, destinada inevitavelmente a envelhecer ao longo dos séculos. Aprendemos um estilo de viver realizável em todos os tempos e em todas as culturas: o estilo de viver de Jesus. A doutrina não toca o coração, não converte nem apaixona. Jesus sim.

A experiência direta e imediata com o relato evangélico não nos faz nascer a uma fé nova, não por via de "doutrinamento" ou de "aprendizagem teórica", mas pelo contato vital com Jesus. Ele ensina a viver a fé não por obrigação, mas por atração. Faz-nos viver a vida cristã não como dever, mas como contágio. Em contato com o evangelho recuperamos a nossa verdadeira identidade de seguidores de Jesus.


Recorrendo aos evangelhos experimentamos que a presença invisível e silenciosa do Ressuscitado adquire rasgos humanos e ganha voz concreta. Rapidamente tudo muda: podemos viver acompanhados por alguém que dá sentido, verdade e esperança na nossa existência. O segredo da “nova evangelização” consiste em colocar-se em contato direto e imediato com Jesus. Sem Ele não é possível gerar uma fé nova.





Nenhum comentário:

Postar um comentário