Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

“Indignação e esperança”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem.”   (Lc 21, 36)

Hoje, para quem estiver interessado em entender melhor o texto bíblico Lc 21, 25-28. 34-36 (ser vigilante), trago para o blog Indagações-Zapytania a reflexão do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.  
O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos.

Vale a pena ler e refletir!
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IHU – ADITAL

30 Novembro 2018



Indignação e esperança



A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 21,25-28.34-36 que corresponde ao 1°de Advento, ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Uma convicção indestrutível sustenta desde o início a fé dos seguidores de Jesus: encorajada por Deus, a história humana encaminha-se para a sua libertação definitiva. As contradições insuportáveis do ser humano e os horrores cometidos em todas as épocas não devem destruir nossa esperança.

Este mundo que nos sustenta não é definitivo. Um dia toda a criação dará «sinais» de que chegou ao fim para dar lugar a uma vida nova e libertada que nenhum de nós pode imaginar ou entender.

Os Evangelhos recolhem a memória de uma reflexão de Jesus sobre este final dos tempos. Paradoxalmente, a sua atenção não está focada nos «acontecimentos cósmicos» que podem ocorrer naquele momento. Seu principal objetivo é propor aos seus seguidores um estilo de vida com lucidez diante desse horizonte.

O fim da história não é o caos, a destruição da vida, a morte total. Lentamente, no meio das luzes e das trevas, ouvindo os chamados do nosso coração ou ignorando o melhor que existe em nós, vamos caminhando em direção ao mistério último da realidade que os crentes chamam de «Deus».

Nós não temos que viver presos pelo medo ou ansiedade. O «último dia» não é um dia de raiva e vingança, mas de libertação. Lucas resume o pensamento de Jesus com estas palavras admiráveis: «Levantai-vos, erguei a cabeça: aproxima-se a vossa libertação». Só então conheceremos realmente como Deus ama o mundo.

Devemos reavivar nossa confiança, levantar o nosso ânimo e despertar a esperança. Um dia os poderes financeiros afundarão. A insensatez dos poderosos acabará. As vítimas de tantas guerras, crimes e genocídios conhecerão a vida. Os nossos esforços por um mundo mais humano não se perderão para sempre.

Jesus esforça-se por sacudir a consciência dos seus seguidores. «Tende cuidado: que não se vos entorpeça a mente». Não vivam como imbecis. Não vos deixeis arrastar pela frivolidade e pelos excessos. Mantende viva a indignação. «Estai sempre despertos». Não vos relaxeis. Vivam com lucidez e responsabilidade. Não vos canseis. Mantenham sempre a tensão.

Como estamos vivendo estes tempos difíceis para quase todos, angústia para muitos e cruel para aqueles que se afundam na impotência? Estamos despertos? Vivemos adormecidos?

A partir das comunidades cristãs devemos incentivar a indignação e a esperança. E só há um caminho: estar com aqueles que estão a ficar sem nada, afundados no desespero, na raiva e na humilhação.


Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

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