Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

“Ninguém sabe o dia” – Reflexão de Josè Antonio Pagola. Excelênte!



Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão. Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, senão somente o Pai.” (Mc 13, 31-32)

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é bem concreta e interessante. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Mc 13, 24-32  (Os últimos tempos).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler.
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IHU – ADITAL
15 Novembro 2018

Ninguém sabe o dia

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 13,24-32 que corresponde ao 33° Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

O melhor conhecimento da linguagem apocalíptica, construído de imagens e recursos simbólicos para falar do fim do mundo, permite-nos hoje escutar a mensagem de esperança de Jesus sem cair na tentação de semear angústia e terror nas consciências.

Um dia, a história apaixonante do ser humano sobre a terra chegará ao seu final. Esta é a convicção firme de Jesus. Esta é também a previsão da ciência atual. O mundo não é eterno. Esta vida acabará. Que será de nossas lutas e trabalhos, de nossos esforços e aspirações?

Jesus fala com sobriedade. Não quer alimentar nenhuma curiosidade mórbida. Corta qualquer tentativa de especular com cálculos, datas ou prazos. «Ninguém sabe o dia ou a hora..., só o Pai». Nada de psicose diante do final. O mundo está em boas mãos. Não caminhamos para o caos. Podemos confiar em Deus, nosso Criador e Pai.

A partir desta confiança total, Jesus expõe sua esperança: a criação atual terminará, mas será para abrir a passagem a uma nova criação, que terá por centro a Cristo ressuscitado. É possível acreditar numa coisa tão grandiosa? É possível falar assim antes que alguma coisa tenha acontecido?

Jesus recorre a imagens que todos podem entender. Um dia o sol e a lua que hoje iluminam a terra e tornam possível a vida irão apagar-se. O mundo ficará às escuras. Se apagará também a história da humanidade? Terminarão assim nossas esperanças?

Segundo a versão de Marcos, no meio dessa noite será possível ver o «Filho do homem», ou seja, a Cristo Ressuscitado, que virá «com grande poder e glória».  Sua luz salvadora iluminará tudo. Ele será o centro de um mundo novo, o princípio de uma humanidade renovada para sempre. Jesus sabe que não é fácil crer em suas palavras. Como pode provar que as coisas acontecerão assim? 

Com uma simplicidade surpreendente convida a viver esta vida como uma primavera. Todos conhecem a experiência: a vida que parecia morta durante o inverno começa a despertar; nas ramas da figueira brotam de novo pequenas folhas. Todos sabem que o verão está perto.

Esta vida que agora conhecemos é como a primavera. Todavia não é possível colherNão podemos obter realizações definitivas. Mas há pequenos sinais da vida que está em gestação. Nossos esforços por um mundo melhor não se perderão. Ninguém sabe o dia, mas Jesus virá. Com a sua vinda irá revelar-se o mistério último da realidade, que os crentes chamamos Deus. A nossa história apaixonante chegará à sua plenitude.




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