Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

“A força do Evangelho”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!



E, quando acabou de falar, (Jesus) disse a Simão: Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar. E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sobre a tua palavra, lançarei a rede. E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede.” (Lc 1, 4-6 )



Hoje, uma excelente reflexão, muito concreta e atual. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Lc 5, 1-11 (Pesca milagrosa). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg





IHU – ADITAL

07 Fevereiro 2019



A força do Evangelho



A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 5,1-11 que corresponde ao 5° Domingo de Tempo Comum, ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 


Eis o texto



O episódio de uma pesca surpreendente e inesperada no lago da Galileia foi relatado pelo evangelista Lucas para encorajar a Igreja quando sente que todos os seus esforços para comunicar sua mensagem falham. O que nos é dito é muito claro: devemos colocar nossa esperança na força e atratividade do Evangelho.



A história começa com uma cena insólita. Jesus está em pé na margem do lago, e as pessoas vão-se aglomerando à volta Dele para ouvir a Palavra de Deus. Não veem movidas pela curiosidade. Não se aproximam para ver prodígios. Eles só querem ouvir de Jesus a Palavra de Deus.



Não é sábado. Eles não estão reunidos na sinagoga próxima de Cafarnaum para ouvir as leituras que são lidas às pessoas durante todo o ano. Eles não subiram a Jerusalém para ouvir os sacerdotes do Templo. O que os atrai tanto é o Evangelho do Profeta Jesus, rejeitado pelos vizinhos de Nazaré.



Também a cena da pesca é insólita. Quando à noite, na hora mais favorável para pescar, Pedro e seus companheiros trabalham por sua conta, não obtêm resultados. Quando, de dia, eles lançam suas redes confiando apenas na palavra de Jesus que guia seu trabalho, produz-se uma pesca abundante, contra todas as suas expectativas.



Na análise dos dados que mostram cada vez mais evidente a crise do cristianismo entre nós, há um fato inegável: a Igreja está perdendo de forma imparável o poder de atração e de credibilidade que ela tinha apenas alguns anos atrás. Não nos devemos enganar.



Nós, cristãos, temos verificado que nossa capacidade de transmitir a fé às novas gerações diminui constantemente. Não tem havido falta de esforços e iniciativas. Mas, aparentemente, não se trata apenas nem primordialmente de inventar novas estratégias.



Chegou o momento de lembrar que no Evangelho de Jesus há uma força de atração que não há em nós. Esta é a questão mais decisiva: continuamos a «fazer as coisas» a partir de uma Igreja que está a perder a atratividade e a credibilidade, ou colocamos todas as nossas energias na recuperação do Evangelho como a única força capaz de gerar fé nos homens e mulheres de hoje? Não deveríamos colocar o Evangelho no primeiro plano de tudo?



O mais importante nestes momentos críticos não são as doutrinas elaboradas ao longo dos séculos, mas a vida e a pessoa de Jesus. O decisivo não é que as pessoas venham participar das nossas coisas, mas que possam entrar em contato com Ele. A fé cristã só se desperta quando as pessoas encontram testemunhas que irradiam o fogo de Jesus.


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