Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

“Confiança sim, frivolidade, não”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!



"Pessoas virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e ocuparão os seus lugares à mesa no Reino de Deus. De fato, há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos". (Lc 13, 29-30)

Hoje trago para este blog, mais uma excelente reflexão, muito concreta e atual, de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Como pano de fundo   o texto bíblico Lc 13, 22-30 (A porta estreita).
Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg


IHU – ADITAL
23 Agosto 2019

Confiança sim, frivolidade, não

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo Lucas 13, 22-30, que corresponde ao 21° Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

A sociedade moderna vai impondo cada vez mais força, um estilo de vida marcado pelo pragmatismo do imediato. Pouco interessam as grandes questões da existência. Já não temos certezas firmes ou convicções profundas. Pouco a pouco, estamos convertendo-nos em seres triviais, carregados de tópicos, sem consistências interiores nem ideais que alentem o nosso viver diário, para além do bem-estar e da segurança do momento.

É muito significativo observar a atitude generalizada de muitos cristãos diante da questão da «salvação eterna» que tanto preocupava há não muitos anos: muitos a apagaram, sem mais, da sua consciência; alguns ainda sentem-se com direito a um «final feliz»; outros já não pensam nem em prêmios ou castigos.

Segundo o relato de Lucas, um desconhecido faz a Jesus uma pergunta frequente naquela sociedade religiosa: «Serão poucos os que se salvam?». Jesus não responde diretamente à sua pergunta. Não lhe interessa especular sobre esse tipo de questões, tão queridas por alguns mestres da época. Vai diretamente ao essencial e decisivo: como devemos agir para não sermos excluídos da salvação que Deus oferece a todos?

«Esforçai-vos por entrar pela porta estreita». Estas são as suas primeiras palavras. Deus abre-nos a todos a porta da vida eterna, mas devemos esforçar-nos e trabalhar para entrar por ela. Esta é a atitude saudável. Confiança em Deus, sim; frivolidade, despreocupação e falsas seguranças, não.

Jesus insiste, acima de tudo, em não nos enganar com falsas seguranças. Não é suficiente pertencer ao povo de Israel; não é suficiente ter conhecido pessoalmente Jesus nos caminhos da Galileia. O decisivo é entrar desde agora no reino de Deus e da Sua justiça. De fato, aqueles que são deixados de fora do banquete final são, literalmente, «aqueles que praticam a injustiça».

Jesus convida à confiança e à responsabilidade. No banquete final do reino de Deus não se sentarão somente os patriarcas e profetas de Israel. Estarão também pagãos vindos de todos os cantos do mundo. Estar dentro ou estar fora depende de como cada um deles responde à salvação que Deus oferece a todos.

Jesus termina com um provérbio que resume sua mensagem. Em relação ao reino de Deus, «há últimos que serão os primeiros e primeiros que serão os últimos». Sua advertência é clara. Alguns que se sentem seguros de serem admitidos podem ficar de fora. Outros que parecem excluídos de antemão podem ficar dentro.

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho


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